Economia

Pode ter havido erro do Caged, mas isso não muda figura sobre geração de empregos, diz Guedes

05 nov 2021, 11:26 - atualizado em 05 nov 2021, 12:29
Segundo Guedes, o erro no Caged não é do governo, mas do setor privado, que é responsável por encaminhar as informações sobre desligamentos e admissões (Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que pode ter havido erro no cálculo sobre o saldo de empregos criados no país no âmbito do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mas que isso não muda a figura sobre a geração de postos.

Ao participar virtualmente de evento promovido Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Guedes disse ter havido “barulho” com “erro de 50 mil”, mas destacou que não há mudança do ponto de vista qualitativo em meio à criação de 3 milhões de empregos.

Segundo Guedes, o erro no Caged não é do governo, mas do setor privado, que é responsável por encaminhar as informações sobre desligamentos e admissões.

Revisões nos dados inicialmente reportados mostraram que foram abertas em 2021 46,7 mil vagas a menos no país no período de janeiro a setembro, para um total de 2.512.937 empregos.

Já para 2020, o saldo de postos formais abertos caiu a 75.883, de 142.690 antes.

Sobre a PEC dos Precatórios, vista como crucial pelo governo e que teve aprovação apertada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, Guedes defendeu ser um instrumento para dar exequibilidade ao Orçamento e previsibilidade aos gastos públicos.

Ele disse ainda que a PEC é necessária em meio à trava colocada pelo Legislativo para o crescimento total de despesas, pela regra do teto, e em meio à obrigação dada pelo Judiciário de pagamento das sentenças judiciais perdidas pela União.

“Nós estamos justamente agora esperando esse equacionamento fiscal”, disse.

Mercosul

Durante o evento, que tinha como tema comércio internacional e serviços do Mercosul, o ministro afirmou que a redução em 10% da tarifa externa do bloco, alinhavada após resistências da Argentina terem sido vencidas, viria num bom momento em meio ao aumento das pressões inflacionárias.

Pouco depois, o Ministério da Economia anunciou a diminuição de 10% das alíquotas do Imposto de Importação de 87% do seu universo tarifário em caráter temporário, até 31  de dezembro de 2022.

Segundo Guedes, foi um pedido da Argentina que 13% dos produtos e serviços ficassem de fora da medida, que ele classificou como “primeiro passo na modernização” do bloco.

“Nossa Tarifa Externa Comum é ainda bastante elevada e isso, num momento como o atual, em que nós temos pressão inflacionária forte na economia brasileira, e nós gostaríamos de dar choque de oferta, facilitar o aumento da entrada de importações para dar moderação nos reajuste de preços”, afirmou ele.

“É o momento ideal para você fazer uma abertura, ainda que tímida da economia”, complementou.

O ministro disse que a pandemia provocou aumento do preço dos alimentos e da energia em todo mundo, deixando sequelas socioeconômicas profundas.

“Temos que dar esse passo adicional de facilitar integração (no Mercosul) … nós precisamos adquirir comida mais barata uns dos outros e também de outras regiões do mundo”, afirmou.

Meio ambiente

Quanto ao tema verde, Guedes afirmou nesta sexta-feira que países avançados privilegiam a taxação da poluição, mas que é preciso ter olhar sobre quem preservou melhor o meio ambiente, defendendo que Brasil, Índia e Indonésia recebam por isso.

Ele também voltou a dizer que é necessário explorar a riqueza do petróleo antes que em “10, 20 anos” esses recursos fiquem obsoletos, com a matriz energética do mundo caminhando para outra direção.

O ministro apontou que um fundo de erradicação da pobreza poderia ser criado com a aceleração das privatizações e reiterou sua crença no crescimento do país no ano que vem, citando que há agora quase 700 bilhões de reais em investimentos contratados para os próximos anos após o leilão do 5G assegurar 150 bilhões de reais para os 20 anos à frente.

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