Comprar ou vender?

Por que VALE3 e CMIN3 não são mais compra para XP? Veja se USIM5, CSNA3 e GGBR4 ainda valem a pena

05 jul 2023, 15:46 - atualizado em 05 jul 2023, 16:19
Vale
XP rebaixa recomendação da Vale para neutro (Imagem: Bloombeg)

A XP Investimentos rebaixou as recomendações de Vale e CSN Mineração para neutro ao reassumir a cobertura das ações de mineração & siderurgia. O preço-alvo de VALE3 é de R$73, enquanto o de CMIN3 é R$ 4,50.

A Gerdau (GGBR4), por sua vez, foi eleita a favorita do setor pela corretora, com indicação de compra e alvo em R$ 32,80. Já para CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), os analistas mantiveram as recomendações de compra e neutra e preços de R$ 17 e R$ 8, respectivamente.

Segundo Lucas Laghi e equipe, a postura “mais cautelosa” em relação aos nomes expostos ao minério de ferro — como Vale e CSN Mineração — reflete a expectativa de queda do preço da commodity. A XP estima que o minério seja cotado a US$ 75 por tonelada no longo prazo.

Já no universo do aço, os analistas veem o portfólio diversificado da Gerdau e o potencial de valorização positivo da CSN como os principais destaques. Por outro lado, as incertezas da economia doméstica pesam sobre a falta de diversificação e alta exposição da Usiminas ao Brasil.

Porque Vale não é mais compra?

Os analistas da XP veem iniciativas promissoras de longo prazo para a Vale. Entre elas estão os maiores teores e prêmios do minério de ferro nos próximos anos, e um múltiplo de valuation relativo elevado para a divisão de metais básicos.

No entanto, uma perspectiva de tendência de queda para os preços do minério de ferro, apoiada pela menor demanda pela produção de aço na China, pode limitar o potencial de alta das ações, dizem.

Um valor potencial a ser destravado para a Vale pode vir da divisão de metais básicos. Os analistas esperam que o valuation avaliado em US$ 25 bilhões para o segmento — mais alto do que os sistemas de cobre e níquel — reflita na participação da Vale no mercado.

“Em nossa visão, o segmento de metais básicos incorpora premissas de crescimento mais altas do que cobre e níquel dada a demanda aquecida por segmentos relacionados à eletrificação”, avaliam.

E CSN Mineração?

Assim como a Vale, CSN Mineração sofre com a tendência de queda para os preços do minério de ferro e menor demanda na China. “Isso limita o potencial de alta para ações como CMIN3”, dizem os analistas.

Laghi e equipe da XP esperam que o Ebitda da companhia siga as tendências de queda para os preços das commodities no curto prazo, mas veem que os planos de crescimento em direção ao aumento da produção estão alinhados.

A melhoria do teor de minério de ferro, por sua vez, limita um potencial negativo para as ações, destacam.

Gerdau é a top pick

Os analistas da XP afirmam que o portfólio diversificado da Gerdau é o principal destaque da tese, mitigando os riscos de recessão doméstica em regiões específicas.

“Vemos o posicionamento da empresa nos Estados Unidos se beneficiando de incentivos governamentais para infraestrutura e energia verde”, ressaltam.

Além disso, embora a rentabilidade da companhia se normalize em níveis mais baixos, a equipe acredita que o nível de valuation fornece uma margem de segurança.

O que fazer com CSN e Usiminas?

Laghi e equipe da XP dizem que a visão positiva em relação à CSN está atrelada ao potencial de valorização quando analisado todo o portfólio combinado. “Nessa análise de soma das partes dos ativos implica em um desconto de 39% em relação ao seu valor de mercado atual”, dizem.

Ainda assim, eles lembram dos riscos de alavancagem, especialmente em um ambiente doméstico desafiador para os preços dos aços planos.

Já em relação à Usiminas, os analistas afirmam que o ambiente desafiador de curto prazo para a companhia vem da falta de diversificação, que implica um risco maior, dado ao ambiente doméstico prejudicado.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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