Colunista Vitreo

Pré-mercado: Uma espiadinha na penúltima sexta-feira de maio

21 maio 2021, 8:58 - atualizado em 21 maio 2021, 8:58
Teste de guerra: o novo modelo de exercício de opções da B3 / Irmãos de Guerra (2001)

Bom dia, pessoal!

As ações europeias buscam tração nesta sexta-feira (21), com os futuros de ações dos EUA também à procura de uma ligeira alta pela manhã, já que há novos dados da Zona do Euro, mostrando um forte aumento na atividade empresarial, ainda que com uma desaceleração do lado da indústria.

Assim como na China, há uma tendência de normalização da indústria em um segundo momento da recuperação, mas estaria cedo demais para a Europa apresentar tais sinais.

Depois de uma boa quinta-feira (20), investidores poderão buscar um fim de semana de festa nesta sexta.

O Brasil, com a estreia do novo formato de vencimento de opções, terá mais volatilidade e, assim como ontem, pode buscar uma lógica própria. A ver…

O novo modelo do exercício de opções da B3 tem início hoje

Diante de uma agenda mais vazia, a Bolsa brasileira estreia hoje o novo formato do exercício de opções, agora sempre na terceira sexta-feira do mês, após o pregão, em meia hora de after market, com as opções podendo ser negociadas até o fechamento dele — a ideia do movimento é alinhar o calendário local com o internacional, o que será positivo no longo prazo.

“Jabuticabas” criadas no meio da MP da Eletrobras podem dar um tom negativo ao dia, assim como fizeram ontem, uma vez que há uma maior dificuldade de passar a MP pelo Senado agora.

Adicionalmente, duas notícias de ontem à noite influenciam a Petrobras, um dos principais alvos em dia de vencimento de opções — uma notícia é positiva e a outra é negativa, referente ao comentário do presidente Bolsonaro (sim, mais uma vez) sobre os preços executados pela companhia.

Enquanto isso, discussões sobre as reformas administrativa e tributária são postergadas para a semana que vem, paralelamente aos depoimentos nada reveladores e bem controversos de Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo nesta semana.

Por fim, a vacinação no Brasil segue firme, apesar de lenta, com a China confirmando que enviará mais insumos para o Butantan e a Fiocruz, visando a produção de mais 16,6 milhões de vacinas.

Taxação global e reflexões sobre as atitudes do Fed

Gradualmente, vamos retomando a cadeia de suprimentos global, que foi severamente atingida pela pandemia.

Assim, em um segundo momento, veremos também uma normalização da demanda por bens de consumo, ao passo que as pessoas mudam seus focos para serviços, paralisados por muito tempo.

No longo prazo, o comércio global deve perder espaço no PIB, uma vez que o modelo de economias localizadas reduz as importações.

Se grande parte da globalização for substituída por uma abordagem de economia local, então não haverá incentivos para a guerra tributária temida pelo governo dos EUA — a chamada “corrida para o fundo do poço”, ou quem oferece o menor imposto.

Com isso em mente, o governo americano está propondo uma alíquota global mínima de imposto corporativo de 15%, depois de paraísos fiscais terem ficado insatisfeitos com as propostas anteriores de 21%.

Grosso modo, portanto, à medida que o comércio global se torna mais eficiente e localizado, o incentivo para reduzir os impostos corporativos diminuirá — nas economias localizadas, as empresas têm incentivos para produzir perto de seus consumidores finais.

Enquanto isso, o debate sobre o tapering (redução da compra de ativos) pode ser ressuscitado hoje por uma série de depoimentos de Fed boys.

O Federal Reserve vem pintando um quadro mais belo da economia dos EUA, em grande parte revelado em sua ata nesta semana, dizendo que o progresso na vacinação ajudou a fortalecer a atividade econômica.

Apesar da avaliação mais otimista, o presidente Powell confirmou que o Fed ainda estava “muito longe” de retirar o apoio monetário, e era prematuro até mesmo discutir a redução das compras de títulos, apesar de topar começar a falar sobre isso nas próximas reuniões.

Embora os investidores devam se preparar para períodos de elevada volatilidade à frente, acreditamos que a recuperação das ações ainda deve ocorrer.

Anote aí!

O dia começou com dados asiáticos, coreanos e taiwaneses, que confirmaram a forte demanda global de bens — contudo, os efeitos-base ainda estão presentes.

Vemos recuperação nas cadeias de suprimentos. Ainda no exterior, o mercado digere dados de Índice dos Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) da Zona do Euro, que vieram todos acima do esperado.

Reino Unido e Alemanha também reportaram dados fortes pela manhã, o que vem ajudando a alta verificada até aqui.

Teremos os mesmos dados nos EUA, que medirão a força de recuperação da economia global, e vendas de moradias usadas.

Janet Yellen também presidirá a reunião do Conselho de Estabilidade Financeira — será acompanhada por todos depois dos reboliços que causou no mercado.

No Brasil, a agenda está fraca. O Ministério da Economia divulga o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do segundo bimestre do ano e Bruno Funchal participa de coletiva sobre o tema.

Leilão do Banco Central também tem importância no dia.

Muda o que na minha vida?

O S&P 500 sofreu com bastante volatilidade nos últimos dias, depois que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, lembrou os mercados da eventual necessidade de aumentar as taxas (o que não era novidade para ninguém) e depois dos dados de inflação americana.

Paralelamente, porém, a pesquisa dos gerentes de compras de manufatura (não a de hoje, mas a do ISM) apresentou uma dupla decepção, apontando para:

i) uma potencial perda de impulso de crescimento; e

ii) aumento das pressões inflacionárias. Mas, embora esperemos novos surtos de volatilidade, a perspectiva econômica e política continua favorável aos ativos de risco.

O motivo?

A tendência de reabertura deve persistir, apesar dos reveses da pandemia.

Os investidores enfrentam duas preocupações relacionadas à pandemia na semana passada:

i) taxas recordes de infecção na Índia; e

ii) mais relatos na mídia sobre indivíduos totalmente vacinados infectados com o vírus.

Mas os desenvolvimentos recentes no esforço para conter a pandemia reforçaram nossa visão de que uma reabertura da economia global impulsionada pela vacinação pode continuar.

Entende-se que os investidores podem aproveitar esses períodos de incerteza para estabelecer uma exposição de longo prazo.

Para melhorar ainda mais, o economista-chefe do BCE reiterou que o crescimento mais rápido dos preços ao consumidor é transitório, e não sustentado, temor mais forte dos mercados.

Fique de olho!

O segundo episódio do documentário Cannabis Act: O decreto de bilhões de dólares já está no ar.

Este episódio é fundamental para que você tenha um entendimento maior sobre a tese, consiga perceber de forma mais clara todo o potencial que a indústria tem, aonde ela já chegou e ainda pode chegar. Sempre considerando os riscos, é claro.

Você também vai ter acesso a grandes referências do setor da cannabis medicinal. Eles trouxeram conteúdos exclusivamente para você, neste episódio.

O primeiro episódio foi muito bem aceito e já tem muita gente ansiosa para os próximos e para a grande oportunidade que vai se abrir.

[Blur nos nomes e fotos]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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