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Produtores de trigo têm no Cerrado brasileiro uma nova fronteira, diz Embrapa

27 set 2022, 17:59 - atualizado em 27 set 2022, 17:59
Trigo
A Embrapa vê potencial para mais que dobrar a área total de trigo do Brasil por meio de expansões no Centro-Oeste (Imagem: Pixabay/zcf428526)

Os produtores de trigo do bioma Cerrado, onde predominam culturas como o milho e a soja, podem dar uma contribuição decisiva e ajudar o país a aumentar a oferta interna do cereal, reduzindo a dependência de importações.

Segundo um comunicado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgado nesta terça-feira, as perspectivas para os produtores de trigo no Centro-Oeste do Brasil estão melhorando rapidamente, pois agora eles podem cultivar e lucrar com variedades adaptadas ao clima seco e quente da região.

Tradicionalmente, o Brasil planta trigo no Sul do país, onde é mais úmido e frio.

A Embrapa vê potencial para mais que dobrar a área total de trigo do Brasil por meio de expansões no Centro-Oeste, no Cerrado, segundo estimativa divulgada após um dia de campo com cerca de 130 agricultores locais.

Júlio Albrecht, pesquisador da Embrapa Cerrados, observou que a produtividade média de trigo na região é de seis toneladas por hectare, já representando o dobro da média nacional.

No entanto, uma variedade de trigo desenvolvida pela Embrapa chamada BRS 264 já produziu 9,6 toneladas por hectare em uma lavoura comercial, e isso pode ser melhorado.

“Acreditamos que é possível chegar a 12 ou 13 toneladas por hectare, em um ciclo de produção de 130 dias, mantendo a qualidade industrial da farinha para a produção de pão”, disse Albrecht.

William Matte, um agricultor local que começou a semear trigo há cinco anos, está otimista.

“A região Centro-Oeste é propícia para aumentar a produção de trigo no País”, disse Matte. “Com certeza vamos parar de importar trigo.”

O Brasil deverá produzir quase 11 milhões de toneladas de trigo nesta temporada, um recorde impulsionado pela expansão da área.

Mas o país precisa de mais de 12 milhões de toneladas por ano e ainda depende de importações, principalmente da Argentina.

Este ano, o Brasil começou a testar uma variedade de trigo geneticamente modificado resistente à seca no Cerrado, o que poderia ajudar a aumentar ainda mais a oferta interna.

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