Carreiras

Recessão à vista? Aparecer mais vezes no escritório pode te salvar da demissão, revela pesquisa

07 out 2022, 12:00 - atualizado em 07 out 2022, 13:30
Emprego EUA
Depois do quiet quitting, o teatro da produtividade é o novo fenômeno em debate no mercado de trabalho (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton/File Photo)

A perspectiva de uma recessão motivada pelo aumento de juros está mexendo com o mercado de trabalho dos EUA.

A pesquisa liberada pela KPMG, uma das maiores empresas em prestação de serviços, esta última quarta-feira mostra que 9 de 10 CEOs consideram a recessão um fato inevitável. Face às dificuldades econômicas que chegam, mais de 50% de líderes empresariais entendem que precisarão cortar empregos nos próximos seis meses.

Nesse processo de escolhas entre quem fica e quem sai, uma outra pesquisa, feita pela beautiful.ai, revela uma má notícia para quem aparece só de vez em quando no escritório.

60% dos gerentes entendem que os primeiros demitidos em um cenário de corte de curtos são os colaboradores em regime híbrido. Já 20% deles ainda estão indecisos quanto a isso. Os 20% restantes discordam de que haja maior propensão de demissão para trabalhadores em modelo híbrido.

Todavia, o reconhecimento desse risco não significa que o modelo digital de trabalho está completamente em risco. Para 70% dos líderes empresariais, o ‘home office’ deve sobreviver às dificuldades econômicas que se aproximam.

Depois do quiet quitting, o teatro da produtividade

Em tempos de ‘quiet quitting’, a desconfiança com a produtividade de colaboradores, principalmente aqueles que optam por trabalhar remotamente, tem tomado conta do debate no mercado de trabalho. Em um estudo da Microsoft, cerca de 85% dos gestores dizem ser mais difícil mensurar o quanto rendem os colaboradores em casa.

A opinião dos líderes está em divergência com a resposta dos colaborados, que dizem ser mais produtivos em casa do que no escritório.

Para entender melhor as raízes desse impasse, a pesquisa da Microsoft investigou métricas objetivas de produtividade como horas trabalhadas, reuniões, qualidade e quantidade do trabalho completado e o resultado encontrado dá razão aos colaboradores.

A maior pressão para que colabores se mostrem mais empenhados no trabalho digital já ganhou nome: o teatro da produtividade. O cuidado com status ausente nas plataformas de colaboração ao comparecimento em reuniões que não dizem respeito são alguns dos atos dessa peça, explica a Microsoft.

A preocupação da empresa é a formação de um paradoxo no ambiente de trabalho, uma vez que o acúmulo de gestos de aparência de produtividade podem acabar minando o próprio rendimento dos colaboradores.

Tendências mundiais do mercado de trabalho também são percebidas no Brasil

Os últimos números do Caged mostraram que a quantidade de trabalhadores que pediram para deixar seus empregos bateu o recorde no mês de agosto, pela segunda vez no ano, desde que começou a série histórica, em janeiro de 2020.

A alta fração de demissões voluntárias mostra o Brasil em linha com as tendências mundiais do mercado de trabalho, à medida que mais pessoas trocam a estabilidade de seus empregos por oportunidades mais atrativas para suas vidas pessoais e profissionais.

Além disso, o arrefecimento da pandemia também tem trazido mais pessoas de volta ao escritório, movimento amplificado por dúvidas quanto à capacidade do trabalho feito em casa. Apesar do trabalho remoto representar menores custos à operação das empresas, gestores defendem o formato presencial pela praticidade na tomada de decisões e a possibilidade de maior entrosamento dos times.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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