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Renda fixa rouba a cena no 1° trimestre com a maior captação desde 2012, diz Anbima

12 abr 2022, 15:19 - atualizado em 12 abr 2022, 15:28
Renda Fixa
Melhor momento da renda fixa para um primeiro trimestre desde 2012, de acordo com dados divulgados pela Anbima nesta terça-feira (Imagem: Reuters/Bruno Domingos)

O volume de captações no primeiro trimestre do ano chegou a R$ 105,2 bilhões, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nesta terça-feira (12). Mas quem roubou a cena foi a renda fixa.

O valor supera os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021 e estabelece um novo recorde na série histórica da associação.

A renda fixa sozinha é responsável por R$ 89,1 bilhões (84,7%) do volume total de captações, com potencial de acréscimo de R$ 19,7 bilhões decorrentes de ofertas ICVM 400 que se encontram em andamento ou em análise.

José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, ressalta que o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre.

“Temos um cenário desfavorável para emissões de títulos no mercado externo, diante da expectativa de aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, do fortalecimento do real e da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia”, afirma.

Para ele, isso tem incentivado as companhias a levantarem capital no mercado doméstico, principalmente por meio de ofertas de debêntures.

Empresas trocam IPOs por emissões de debêntures

Gráfico com vários IPOs em primeiro plano. Ao fundo, uma cidade com vários arranha-céus
Enquanto número de empresas se lançando na Bolsa despencou, por outro lado, as emissões de debêntures dispararam, garantindo captação de recursos para as companhias (Imagem: Shutterstock)

O resultado do primeiro trimestre foi impulsionado pelas emissões de debêntures, que estabeleceram um novo recorde para esse período ao movimentarem R$ 55,9 bilhões. O valor é quase o dobro na comparação com os três primeiros meses do ano anterior.

Ao mesmo tempo, o período foi marcado por uma estiagem no número de IPOs (ofertas públicas iniciais de ações, em português), quando uma companhia lança pela primeira vez ações na Bolsa de Valores.

“Vimos um maior apetite de fundos de investimento por títulos corporativos nesse primeiro trimestre, especialmente por debêntures incentivadas, o que contribuiu para que o volume de debêntures negociadas no mercado secundário chegasse a R$ 62 bilhões. Esse volume é superior ao volume negociado no início de 2020 e de 2021”, comenta Laloni.

Cinco ofertas de debêntures se destacaram ao captar, em conjunto, R$ 18,1 bilhões. Seus emissores foram:

Claro (R$ 4,3 bilhões);

Equatorial (EQTL3)(R$ 4 bilhões);

Iguá RJ (R$ 4 bilhões);

CCR (CCRO3) (R$ 3,4 bilhões); e

Localiza (RENT3) (R$ 2,5 bilhões).

Os melhores meses para o mercado de debêntures foram fevereiro e março. Em cada um deles, as ofertas desse título corporativo levantaram mais de R$ 24 bilhões.

Veja na íntegra o Boletim de Mercados de Capitais:

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Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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