Bilionários

Riqueza dos 5 maiores bilionários dobrou em 3 anos, enquanto 60% do mundo ficou mais pobre, mostra Oxfam

16 jan 2024, 12:08 - atualizado em 16 jan 2024, 12:08
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Brasil também viu seus bilionários ficarem mais ricos, enquanto 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

No Fórum Econômico Mundial, que começou na segunda-feira (15) em Davos, na Suíça, um documento da Oxfam mostrou que o crescimento do patrimônio dos cinco bilionários mais ricos do mundo mais do que dobrou, enquanto a população global ficou mais pobre.

Enquanto a fortuna desses bilionários passou de US$ 405 bilhões em 2020 para US$ 869 bilhões em 2023 — alta de 114% –, 60% da humanidade ficou mais pobre. A maioria dos mais pobres são mulheres.

O documento intitulado “Desigualdade S.A. – Como o poder corporativo divide nosso mundo e a necessidade de uma nova era de ação pública” apresenta informações sobre desigualdade e riqueza globais.

A desigualdade também é vista entre nações. A diferença entre os países do sul e norte aumentou pela primeira vez em 25 anos e, de acordo com a Oxfam, entre agora e 2029, os países de renda baixa deverão pagar quase meio bilhão de dólares por dia em juros e dívidas.

A riqueza também é concentrada no norte global. Essa parte do planeta concentra 69% da riqueza privada e 74% dos bilionários do mundo.

Bilionários cada vez mais ricos

De acordo com o relatório da Oxfam, a riqueza dos bilionários aumenta três vezes mais rapidamente que a inflação. Os cinco mais ricos do globo atualmente, de acordo com a Forbes, são:

  1. Elon Musk (fundador da Tesla e SpaceX) – US$ 230.2 bilhões
  2. Bernard Arnault e família (CEO do grupo LVMH) – US$ 180.6 bilhões
  3. Jeff Bezos (fundador da Amazon) – US$ 176.9 bilhões
  4. Larry Ellison (fundador da Oracle) – US$ 135.2 bilhões
  5. Mark Zuckerberg (cofundador da Meta) – US$132.3 bilhões

Para Bernie Sanders, senador dos Estados Unidos, “os bilionários ficam mais ricos, a classe trabalhadora passa por dificuldades e os pobres vivem em desespero”. “Esse é o estado lamentável da economia mundial”, completou.

A Oxfam também alerta para o aumento de monopólios nos setores empresariais. De acordo com os dados, em 20 anos, 60 empresas do ramo das farmacêuticas se fundiram e agora são apenas 10 gigantes, conhecidas como “Big Pharma”.

O cenário é ainda mais assustador para o mercado de sementes. Em apenas 25 anos, o mundo assistiu a passagem de 10 empresas controlando 40% desse mercado para apenas duas detentoras, a Bayer e a Corteva.

Outros dados importantes sobre desigualdade, citados pelo relatório, são:

  • Nos próximos 10 anos o mundo poderá ter seu primeiro trilionário, mas levará quase 230 anos para acabar com a pobreza;
  • 4 dos 5 bilionários brasileiros mais ricos aumentaram em 51% sua riqueza desde 2020; ao mesmo tempo, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres;
  • Se cada um dos cinco homens mais ricos gastasse um bilhão de dólares por dia, eles levariam 476 anos para esgotar toda sua fortuna combinada;
  • Os homens possuem US$ 105 trilhões em patrimônio a mais do que as mulheres, em termos globais; e
  • No Brasil, em média, a renda dos brancos é mais de 70% superior à de pessoas negras.

O que fazer para evitar esse cenário?

Para a Oxfam, as formas de combater o cenário de desigualdade cada vez mais crescente passam pela intervenção do poder público na máquina corporativa.

Seria necessário buscar um mercado mais justo e menos desigual, quebrando monopólios, tributando os super-ricos e dando mais poder aos trabalhadores.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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