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Se cair cerca de R$ 0,60, usinas só pagarão o custo do etanol; o de milho já perde no frete

29 ago 2022, 11:40 - atualizado em 29 ago 2022, 22:03
Etanol
Etanol de milho perde valor com frete para São Paulo (Imagem: REUTERS/Humeyra Pamuk)

As usinas que estão conseguindo direcionar mais açúcar contra etanol, em busca da arbitragem de cerca de 300 pontos em Nova York, estão se livrando do risco de ter suas margens cada vez mais na linha de tiro com as drásticas quedas do hidratado.

A situação ficou difícil para a destilarias de etanol de milho também. Para descarregarem em São Paulo o produto do Mato Grosso, em sua maioria, o custo do frete impõe mais pressão nas vendas na porta de fábrica.

Embora não produzam açúcar, boa parte da matéria-prima empenhada foi comprada lá atrás, na faixa de R$ 50 a R$ 60 a saca, e está sendo anulada pela derrapagem das cotações.

Não há uma régua clara dos custos de produção nas empresas de biocombustível de cana e de milho, mas a experiência de Martinho Ono, CEO da SCA Trading, diz que elas estão emparedadas.

Na Safras & Mercado, o modelo da consultoria aponta o valor de fabricação do etanol de cana em torno de R$ 1,80 por litro, de média, segundo relatado ao Money Times em 9 de agosto. Nesse dia, o litro do renovável estava em R$ 2,90.

Se for isso mesmo, hoje o lucro bruto está em R$ 0,60/l.

O etanol hidratado fechou a semana a R$ 2,40 em São Paulo, líquidos, segundo o Cepea, em queda de 6,83%, e na semana anterior as usinas perderam até 7,65%.

Para o etanol de milho pagar o custo do frete a caminho do maior estado consumidor, os cálculos de Ono indicam que o produto saiu das destilarias mato-grossenses a no máximo R$ 2,20.

E a sangria deve continuar, acredita o empresário da SCA, na medida que a paridade de 70% do preço do etanol para o preço da gasolina concorrente ainda é frágil e de percepção ainda de menos vantagem para o consumidor.

Na semana, segundo a ANP, a gasolina cedeu mais um pouco além do hidratado, em média de 2,7%, e há espaço para cair mais se a Petrobras (PETR4) reproduzir o quarto corte na refinaria, pois Martinho Ono confirma a visão de outros agentes, como a Abicom (importadores), de que o preço interno está mais alto que o internacional.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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