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Shein está mais brasileira do que nunca enquanto taxação segue na mira do governo; preços vão se manter?

19 out 2023, 9:00 - atualizado em 19 out 2023, 8:28
Shein
Shein está focada no Brasil com meta de 85% da produção completamente brasileira até 2026 (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo)

A Shein está cada vez mais focada no mercado brasileiro. Desde que anunciou o investimento de R$ 700 milhões para produção local, a companhia vem expandindo sua presença no país e acaba de anunciar a ampliação das categorias produzidas 100% no Brasil.

A varejista chinesa está nos holofotes quando se trata de e-commerces internacionais, pelo espaço que conquistou entre os consumidores brasileiros e por estar entre os nomes que usufruem da isenção de imposto de importação nas remessas de até US$ 50, conforme prevê o Remessa Conforme.

O imposto de importação zerado é alvo de críticas do varejo nacional e está na mira do Ministério da Fazenda para passar por mudanças.

Na segunda-feira (17), o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, disse que o governo busca encontrar até o fim do ano uma solução que passe pela definição de uma tarifa de importação que dê isonomia entre empresas estrangeiras e o varejo nacional.

No entanto, neste cenário, o foco da Shein está direcionado para a expansão da produção nacional, com meta de 85% da produção completamente brasileira até 2026, com mais de 2 mil fabricantes parceiros e gerando mais de 100 mil empregos direitos e indiretos.

Shein Brasil

O anúncio da operação local ocorreu em março deste ano, e até o momento a marca estabeleceu parcerias com mais de 330 fábricas, em 12 estados. As coleções plus size, fitness e underwear celebram o marco alcançado pela varejista, conforme apresentou Fabiana Magalhães, diretora de produção local da Shein Brasil, em encontro com jornalistas.

“Incorporar a produção local das peças no Brasil foi uma decisão bastante estratégica para a Shein, pois o país está entre os cinco maiores mercados no mundo para a empresa e possui uma grande capacidade têxtil e mão de obra qualificada”, explicou Magalhães.

“Desse modo, além de fomentar a indústria, a Shein consegue contribuir para a modernização e aperfeiçoamento dos fabricantes parceiros, levando a indústria brasileira para um patamar ainda maior de eficiência, agilidade e qualidade”, concluiu.

Com a produção local, a Shein avalia que os consumidores têm o recebimento de seus pacotes mais rapidamente.

Preços vão se manter?

Preços abaixo do mercado são um dos diferenciais da Shein, e a nacionalização dos produtos foi uma preocupação sobre se a companhia seria capaz de sustentar os preços praticados.

A Shein aponta que produzir no país é uma decisão muito estratégica por pontos como:

  • Brasil está entre os cinco maiores mercados da empresa;
  • O país conta com grande capacidade têxtil já instalada, além de mão de obra qualificada;
  • Elevada qualidade das várias matérias-primas aqui produzidas, como o algodão, o jeans, entre outras;
  • Redução dos custos logísticos, uma vez que a produção local será feita em solo brasileiro e não precisará mais vir do exterior.

Segundo a empresa, estes fatores somados ao modelo de negócio da Shein, que opera com base em produção de pequena escala, possibilitam manter o preço.

Conforme apresentado, a produção inicia somente um pequeno lote de 100 a 200 unidades por produto e mede a resposta do mercado em tempo real, produzindo em maior escala somente os produtos com demanda garantida.

“Essa abordagem é completamente transformadora para a moda, já que apenas escalamos o que consumidor deseja comprar. Além disso, endereçamos um dos principais problemas da indústria têxtil, que é o desperdício na fabricação de peças de vestuário”, explica Fabiana Magalhães.

Para entender a adesão das peças ao mercado, a Shein explica que utiliza algoritmos para avaliar o interesse do cliente e poder fornecer informações aos fornecedores parceiros, direcionamento o aumento ou interrupção a produção base, seguindo a demanda.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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