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Tupy: parecer desfavorável do Cade sobre compra da Teksid é ruim, mas tem impacto limitado

10 dez 2020, 16:01 - atualizado em 10 dez 2020, 16:01
Tupy
O BTG manteve a recomendação de compra para a ação da Tupy, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 21 (Imagem: YouTube/Tupy Conexões)

A Tupy (TUPY3) informou ontem, em fato relevante divulgado ao mercado, que a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer desfavorável à aquisição do negócio de fundição de ferro da Teksid.

O parecer desfavorável não é o veto final para o acordo. O processo será submetido ao Tribunal do Cade. As partes envolvidas na transação, Tupy e Teksid, explicarão novamente por que a aquisição não traz efeitos concorrenciais negativos para o mercado brasileiro.

Na nota, a Tupy afirmou que continuará adotando “todas as diligências necessárias com vistas a obter a aprovação integral da transação”.

“As partes esclarecem que, nos termos do contrato de compra e venda firmado, eventual reprovação das autoridades brasileiras não enseja o cancelamento do perímetro remanescente da transação”, destacou.

A Tupy também disse que conseguiu as aprovações dos órgãos antitruste europeus e aguarda o sinal verde das autoridades estadunidenses e mexicanas.

Impacto limitado

O anúncio da aquisição da Teksid pela Tupy aconteceu no ano passado. Desde então, o mercado está na expectativa pela conclusão da operação.

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), comprar a Teksid é um grande passo para a Tupy. O acordo inclui as unidades de produção da fabricante italiana no Brasil, México, Polônia, Portugal e China, além de dois escritórios localizados nos Estados Unidos e na Itália.

O BTG destacou os potenciais benefícios e sinergias que a aquisição pode trazer: além de agrupar as estruturas de pesquisa e desenvolvimento, a Tupy incorporaria o processo de usinagem nos produtos da Teksid e poderia realocar a produção nas fábricas de ambas as companhias.

A capacidade de produção no principal segmento de atuação da Tupy, de equipamentos e veículos pesados, aumentaria. Além disso, haveria ganhos de escala em termos de eficiência operacional e redução de custos.

“O acordo deve trazer novas oportunidades comerciais para a Tupy, incluindo oferta adicional para a Fiat Group”, acrescentaram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, em relatório divulgado ontem.

O BTG manteve a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 21. Apesar de reconhecer que o parecer desfavorável pode ser um revés para a companhia, o banco enxerga impacto limitado com a notícia.

“O mercado não tinha precificado totalmente a aquisição (apesar do rali de 13% da ação no dia em que o acordo foi anunciado), tendo em vista a falta de visibilidade no processo de integração e os riscos de uma revisão do acordo pelas autoridades antitruste”, afirmaram Marquiori e Recchia.

Os analistas reconheceram, no entanto, que a ação pode ser negociada de lado no curto prazo, com os investidores à espera de uma visibilidade maior.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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