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A exposição ao mercado imobiliário pelo mercado de criptoativos é vantajosa?

06 maio 2022, 17:18 - atualizado em 06 maio 2022, 17:18
Fundos imobiliários
Seja para morar, ou para investir, a tokenização de imóveis está se tornando cada dia mais comum no mercado. (Imagem: Pexels)

A tokenização de ativos do mercado tradicional é um movimento relativamente recente, mas está pegando uma forte tração entre investidores. Um dos setores que estão adotando o método de negociação é o imobiliário.

Na tokenização, um produto financeiro é digitalizado e inserido em um blockchain. Dessa forma, o token, lastreado no produto tradicional, pode ser negociado virtualmente. Além da tokenização, a possibilidade de comprar um imóvel por meio de criptomoedas também está se expandindo.

Um exemplo disso é a incorporadora paulista Lumy, que anunciou nesta semana que entrou para o grupo de empresas do mercado imobiliário que aceitam pagamento em criptomoedas.

No mês de março, a Even (EVEN3) e a Melnick (MELK3) também anunciaram a mesma medida.

“Não coloque todos os tokens na mesma cesta”

Bruno Hora, co-fundador e investidor da InvestSmart, diz que a grande vantagem desse mercado via token é a “simples diversificação”.

“A própria tese de fundos imobiliários já veio como uma forma de diversificar. O investidor de um fundo imobiliário consegue diversificar uma grande quantia em mais de quatro imóveis diferentes.”

Hora comenta que, normalmente, quando um brasileiro quer comprar um imóvel, esse ativo acaba virando 30, 40 ou até 60% do patrimônio dele. Mas no fundo imobiliário, não.

“Uma dose extra de diversificação seria via token, e o universo imobiliário dentro de token e NFTs acaba sendo uma vantagem. Além de todas outras vantagens que o universo de tokenização traz como blockchain, criptografia, privacidade e não estar exposto ao real.”

Vantagens

Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica e economista especialista em mercado imobiliário, diz que, em relação à tokenização de imóveis, existem uma série de vantagens e, talvez neste momento, uma principal desvantagem:

“As vantagens vão de facilidade, transparência no valor desses ativos, facilidade na transferência de proprietários com juros zero, possui uma segurança muito grande pois a tokenização do imóvel está ligada a um blockchain que é um sistema de segurança descentralizado, o que dificulta o processo de tentativa de roubo digital ou fraude e ataque hacker”, explica.

Araújo continua dizendo que todo processo de tokenização passa por um processo de blockchain para conferir segurança ao ativo e às transações efetuadas entre as diferentes pessoas pelas quais este ativo passa. Em cada momento, alguém é proprietário deste ativo.

A partir da tokenização, um imóvel se transforma em um bem digital, conforme dito pelo especialista. Inclusive, existe a possibilidade de dividir um imóvel inteiro, ou o valor dele, em vários tokens de valor menor.

Embora essa divisão possa não ser tão atraente para quem busca possuir um imóvel de moradia, faz bastante sentido do ponto de vista dos investidores no setor.

“Eu acredito que uma das principais vantagens de um processo de tokenização de imóveis nasce para um processo de planta, enquanto o imóvel não está pronto.”

O especialista diz que esse processo reduz demais a burocracia e aumenta a segurança da transação entre o incorporador e o dono que comprou esse produto durante a obra, ele também pode ser feito pós-obra, usando os dados do imóvel que estão na escritura do imóvel.

Desvantagens

A principal desvantagem, segundo Araújo, é o pouco conhecimento e por que isso possíveis compradores podem ter receio de usar esse processo, neste formato de compra e venda. 

“Na medida que o mercado se profissionalizar e essa forma de processo cresça a desvantagem deve desaparecer”, diz.

Quando você transfere desta forma você elimina uma certa quantidade de taxas, segundo ele, o TBI, por exemplo.

Os blockchains vão substituir os cartórios?

“Isso é uma possibilidade, ainda que de certa maneira possam haver regulamentações futuras que criem normas para este processo”, diz Araújo.

“Durante o processo da obra, não é necessário fazer o registro em cartório, agora durante o pós obra e a pós entrega, pode ser que venha substituir, mas isso depende da legislação.”

Em tese, neste momento o investidor pode fazer essa transação sem passar pelo cartório, mas, para ele, existe a desvantagem de todo mundo aceitar fazer a transferência por blockchain, e muitas pessoas não iriam se sentir seguras.

“Se irá substituir os cartórios vai depender do aumento do volume de negócios com blockchain, de que as pessoas confiam no sistema e por último que a legislação que não embaraça essa possibilidade”, finaliza.

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O Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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