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A Méliuz pode ser o novo Nubank ou Banco Inter?

06 set 2021, 14:17 - atualizado em 06 set 2021, 14:17
Méliuz
Apesar de um segundo trimestre considerado fraco, os analistas afirmam que isso é só um soluço perto do que a companhia pode entregar (Imagem: Méliuz/Instagram)

A Méliuz (CASH3), sem dúvida, se tornou uma das grandes estrelas dessa nova safra de empresas que chegou com a onda de IPOs (Oferta Pública de Ações) por qual passa a Bolsa brasileira. 

Apesar de um segundo trimestre considerado fraco, os analistas afirmam que isso é só um soluço perto do que a companhia pode entregar. Mesmo caindo 40% em agosto, as ações da Méliuz acumulam uma alta de 267% desde que realizou o IPO, em novembro.

Diante desse otimismo, comparações com outros cases de sucesso, como Banco Inter (BIDI11) e Nubank, são inevitáveis 

Segundo o analista da Nu Invest, Murilo Breder, o Net Promoter Score (NPS), métrica criada em 2003 pelo estrategista de negócios e palestrante Fred Reichheld, dá uma pista do que a Méliuz se tornará daqui para frente.

Ele destaca que a companhia chegou a registrar um impressionante NPS de 85 em seu cartão de crédito em junho de 2020 enquanto possui um NPS de 70 em seu marketplace. Uma nota entre 50 e 75 é considerado um serviço de qualidade enquanto uma nota entre 76 e 100 é considerado um serviço de excelência.

“Esse nível de serviço lembra o início do Nubank, que começou focando toda a sua atenção em fornecer a melhor experiência possível em um serviço até então considerado estagnado no mercado: o cartão de crédito”, argumenta.

Em termos de comparação, o NPS do Inter é 80 e o do Nubank gira em torno de 83. Segundo Breder, apesar da nota um pouco menor do marketplace, ainda é um patamar relativamente alto, fora que a Méliuz está em vias de lançar um marketplace ainda melhor em sua nova versão de seu app.

“O que começou com um foco em varejo, agora caminha em direção aos bancos digitais e com um nível de serviço (medido pelo NPS) semelhante ao das principais referências brasileiras atualmente: Nubank e Inter”, completa.

Seria a Méliuz uma fake tech?

A queda de 40% em único mês assustou parte de investidores, que chegaram a suspeitar que a empresa fosse uma fake tech, ou seja, uma companhia que teria se vendido sob uma maquiagem altamente tecnológica quando, de fato, se tratava de algo muito mais simples do que o discurso vendedor.

“Sem entrar no mérito de discutir cada um desses casos, acredito que a Méliuz esteja de fora deste grupo. Com possibilidade de ingressar no Ibovespa já na próxima composição do índice a partir de setembro, o business é sólido e tem uma alta barreira de entrada imposta pela necessidade de se ter bastante escala”, argumenta.

Compra ou vender?

Na visão de Breder, é difícil estabelecer um preço-alvo para Méliuz, já que a empresa é única na Bolsa e deverá mudar de atuação daqui para frente.

“Apesar de todas essas auto provocações iniciais, com a Méliuz melhor do que nunca, um time cada vez maior e mais qualificado, ver as ações CASH3 negociando por volta de R$ 40 parece uma boa relação risco-retorno para o longo prazo”, afirma.

Sendo assim, o analista recomenda a compra dos papéis com preço-alvo de R$ 53, patamar 10% inferior ao valor justo encontrado via fluxo de caixa descontado, “nos garantindo uma margem de segurança adicional”.

Compre e seja feliz

Mesmo com a queda de 40% no último mês, as ações da Méliuz seguem atraentes, aponta o BTG em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.

O banco elevou o preço-alvo da empresa de R$ 40 para R$ 60, o que implica alta de 48,5%, com recomendação de compra.

“CASH3 caiu 40% em agosto, o que à primeira vista pode indicar que algo ruim. Mas tudo parece bem. Meliuz abriu o capital a R$ 10 por ação em novembro do ano passado, e as ações já estão em alta de quase 170% no acumulado do ano”, argumentam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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