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Cerveja alemã não agrada muito paladar no mundo; AB InBev estuda venda de marcas

05 out 2021, 12:18 - atualizado em 05 out 2021, 12:19
AB InBev
A cervejaria, dona da Beck’s em Bremen, descobriu que as cervejas alemãs são menos exportáveis em comparação com marcas maiores, como a belga Stella Artois  (Imagem: REUTERS/Francois Lenoir)

O CEO da Anheuser-Busch InBev, Michel Doukeris, estuda a venda de algumas marcas de cerveja alemãs que a empresa possui há décadas, em meio à estratégia da maior cervejaria do mundo para reduzir o peso de negócios menos lucrativos e também as dívidas.

A cervejaria avalia a venda de marcas como Franziskaner Weissbier, Hasseroeder e Spaten, e o portfólio pode valer cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,2 bilhão), disseram pessoas a par do assunto, que falaram sob anonimato.

Ao reduzir a presença no maior país produtor de cerveja da Europa, Doukeris, há três meses no cargo, enviaria um sinal de que a empresa acelera os esforços para redirecionar o negócio com a maior demanda por bebidas mais novas, como seltzers.

Uma menor presença da fabricante da Budweiser no fragmentado mercado alemão de cerveja também ajudaria a diminuir as dívidas acumuladas em uma série de aquisições por seu antecessor, Carlos Brito, incluindo a compra da cervejaria britânica SABMiller em 2016 por mais de US$ 100 bilhões.

A AB InBev emprega mais de 2 mil pessoas na Alemanha, um mercado formado por milhares de pequenas marcas regionais que disputam participação no espaço doméstico.

A cervejaria, dona da Beck’s em Bremen, descobriu que as cervejas alemãs são menos exportáveis em comparação com marcas maiores, como a belga Stella Artois ou a lager da rival holandesa Heineken.

Embora a Alemanha produza cerca de 25% de todas as cervejas originadas no continente, o país exporta menos da bebida do que os Países Baixos e a Bélgica, de acordo com números da Comissão Europeia.

Doukeris disse que o setor de bebidas alcóolicas passa por uma “grande revolução”, com mais de 60% do crescimento sendo impulsionado fora do segmento de cerveja.

O executivo tenta proteger a AB InBev contra um desempenho estagnado em cervejas com a aposta em coquetéis em lata Cutwater Spirits, vinhos enlatados, plataformas de comércio eletrônico e bebidas energéticas.

A maior cervejaria do mundo trabalha com uma consultoria para avaliar as opções, disseram as pessoas. As discussões estão em andamento, e não há certeza de que a AB InBev prosseguirá com a venda das marcas alemãs, de acordo com as fontes.

“Avaliamos continuamente nossas opções para otimizar nossos negócios e impulsionar o crescimento”, disse um porta-voz da AB InBev, com sede na Bélgica, em comunicado por e-mail.

A AB InBev herdou muitas de suas cervejas alemãs por meio de uma transação anterior com a Interbrew, que se uniu à Ambev (ABEV3) em 2004 para formar a InBev – a empresa que posteriormente se juntou à Anheuser-Busch.

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