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Crise na FTX e o “efeito cascata”; confira em quem ficar de olho como possíveis afetados (parte 2)

16 nov 2022, 20:49 - atualizado em 16 nov 2022, 20:58
FTX Alameda crise
Confira os investidores de FTX que podem ser atingidos no efeito cascata (Imagem: FTX/Reprodução)

A falência de uma das maiores corretoras criptos do mundo, FTX, assustou diversos players do mercado. Não apenas pela impossibilidade de sacar os ativos da corretora, que permanece até hoje, mas pelo “efeito cascata” que pode causar

Tanto a FTX, como a Alameda Research – ambos pertencentes ao empresário Sam Bankman-Fried – emprestavam, investiam e tomavam crédito de diferentes segmentos do mercado cripto, e também do tradicional. O grande medo, é que essa quebra da corretora possa “infectar” o restante do mercado.

Crypto Times, com base em esquema elaborado pela corretora cripto CoinEX, organizou as empresas, instituições e organizações que o “efeito cascata FTX” poderia derrubar. O mapa é baseado em dados do Blockbeats; Reuters e Twitter, compilados por Lvy.

Confira também a primeira parte: “Parceiros da FTX”

O esquema é separado em seis grupos (acionistas; projetos no ecossistema; parceiros; empresas de investimento; pares e outros) Confira um dos grupos afetados, e seus anúncios sobre o tema:

Acionistas de FTX

Esse grupo trata-se de empresas, Venture Capitals e investidores de capital de risco que possuíam uma parte de seu portfólio em ações da falida corretora, e agora que seu valor de mercado fora a zero, podem sofrer prejuízos significativos.

  • Sequoia Capital

O valor do investimento da Sequoia, uma Venture Capital, na FTX atingiu um pico de US$ 350 milhões, segundo carta aberta divulgada no dia 9 de novembro de 2022.

A Sequoia disse em uma carta a seus investidores que seu patrimônio FTX representava menos de 3% dos compromissos de capital de um fundo, e a perda de US$ 150 milhões do fundo foi compensada por cerca de US$ 7,5 bilhões em ganhos realizados e não realizados.

A Sequoia ainda comunicou que suas posições eram em FTX.com e FTX.us em um de seus fundos privados, o Global Growth Fund III.

  • Temasek

A Temasek é uma empresa de investimentos do governo de Cingapura e o segundo maior investidor externo da FTX, com 7 milhões de ações.

A participação de US$ 320 milhões da Temasek estava prestes a perder o valor, disse um porta-voz da Temasek à Reuters na quarta-feira, e eles estavam “cientes dos acontecimentos” e estavam contratando a FTX como acionista.

Temasek se prepara para amortizar até US$ 300 milhões investidos em FTX, conforme noticiado pela Bloomberg nesta quarta-feira (16).

  • Paradigm

A Paradigm, uma empresa de investimentos que se concentra em apoiar as grandes empresas e protocolos Web3, investiu nas rodadas de financiamento das séries B e C da FTX e possuía quase 7 milhões de ações da bolsa até agosto.

Atualmente, seu investimento de US$ 290 milhões em FTX foi reduzido a zero. A Alameda Research também investiu pelo menos US$ 20 milhões na Paradigm

Nesta terça-feira (16), em uma postagem no Twitter, o cofundador da empresa Matt Huang, comentou que a empresa está “chocada” com as revelações sobre as duas empresas e seu fundador.

Huang ainda comentou sobre a posição da empresa na corretora.

“O investimento de capital da Paradigm na FTX constituiu uma pequena parte de nossos ativos totais e agora foi reduzido para US$ 0. Nunca negociamos na FTX e não tínhamos nenhum ativo na bolsa. Nunca fomos investidores em tokens relacionados, como FTT, SRM, MAPS ou OXY”, diz.

  • Ontario Teachers Pension Plan (OTPP)

O Ontario Teachers Pension Plan, que administra os fundos de aposentadoria de 333.000 professores na província canadense, investiu um total de C$ 95 milhões em FTX e FTX US no final de 2021 e início de 2022.

“Embora haja incerteza sobre o futuro da FTX, qualquer perda financeira neste investimento terá um impacto limitado no Plano dado que este investimento representa menos de 0,05% do nosso patrimônio líquido total” disse o comunicado oficial no site da empresa.

Conforme diz o comunicado, esses investimentos foram feitos pela plataforma Teachers’ Venture Growth (TVG), juntamente com vários investidores globais.

O objetivo era “obter exposição em pequena escala a uma área emergente no setor de tecnologia financeira.”

  • Coinbase

A Coinbase Global anunciou que irá cancelar o investimento que seu braço de empreendimentos fez na bolsa de criptomoedas FTX em 2021.

A Coinbase disse em um post de blog que a empresa tinha US$15 milhões em depósitos na FTX para facilitar as operações comerciais e o comércio de clientes, mas sua exposição total é mínima.

“Independentemente de a transação Binance/FTX ser concluída, temos muito pouca exposição ao FTX e não temos exposição ao seu token, FTT. Atualmente, temos US$ 15 milhões em depósitos na FTX para facilitar as operações comerciais e negociações com clientes. Não temos exposição à Alameda Research e não temos empréstimos à FTX”, diz publicação.

Brian Armstrong, CEO da Coinbase, ainda publicou um fio no Twitter comentando sobre o caso, e aproveitou para dizer que a Coinbase não utiliza o fundo dos clientes para operar pela corretora.

“Não fazemos nada com os fundos de nossos clientes, a menos que seja orientado pelo cliente. Mantemos todos os ativos dólar por dólar, e os usuários podem sacar seu dinheiro a qualquer momento”, diz.

  • Softbank

Conforme noticiado por Criptofácil, o SoftBank investiu US$ 100 milhões na empresa e, segundo fontes, manteve o valor na FTX, sem realizar os lucros.

Depois do investimento, o banco teria recebido parte do valor acordado, mas teria deixado na corretora.

O SoftBank não detalhou publicamente quanto dinheiro colocou na FTX ou onde realizou lucros de sua participação nos últimos trimestres.

De acordo com publicações do próprio banco, o SoftBank participou de uma rodada de financiamento da série B de US$ 900 milhões no ano passado.

Logo depois, participou de outra rodada de US$ 400 milhões este ano, de acordo com declarações divulgadas pela FTX.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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