Mercados

Cautela global atinge Ibovespa (IBOV), que fecha em menor patamar desde janeiro

13 jun 2022, 17:06 - atualizado em 13 jun 2022, 19:24
Investidores locais seguiram o humor dos mercados de fora; Ibovespa caiu forte nesta segunda-feira (13) (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Seguindo o movimento de cautela global, o Ibovespa (IBOV) fechou o primeiro pregão da semana em forte queda.

O principal índice da Bolsa brasileira registrou desvalorização de 2,73% nesta segunda-feira (13), a 102.598,18 pontos. Esse é o menor patamar de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando atingiu 101.945 pontos.

No pior momento, o Ibovespa chegou a cair 3,6%, a 101.699,55 pontos.

O volume financeiro no pregão do dia somou R$ 30,1 bilhões.

Investidores locais seguiram o humor dos mercados de fora, que começaram a semana pressionados por notícias negativas na China e preocupações com a crescente inflação nos Estados Unidos.

Com a escalada dos preços pelo mundo, em especial dos combustíveis, e a disparada do dólar hoje, empresas ligadas ao setor de turismo foram o destaque negativo da sessão do dia. Gol (GOLL4), CVC Brasil (CVCB3) e Azul (AZUL4) derreteram mais de 10%.

Nesta semana, autoridades do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, se reunirão para decidir se vão manter ou elevar as taxas de juros do país.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) também vai se reunir para resolver o que farão com a Selic.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Lockdowns na China

O governo chinês dá continuidade aos seus esforços para conter a disseminação da Covid-19 no país. Autoridades de Pequim submeteu milhões de pessoas a testes obrigatórios e lockdowns direcionados para conter um surto da doença que pode ter surgido em um bar 24 horas.

O Heaven Supermarket Bar tinha acabado de reabrir depois que a capital da China flexibilizou as restrições na semana passada. Até o momento, foram contabilizados 228 casos ligados ao estabelecimento.

A China ainda está se recuperando de um forte golpe causado por um lockdown de dois meses em Xangai, sua cidade mais populosa e centro comercial, que também afetou as cadeias de suprimentos globais.

Xangai, centro comercial e a cidade mais populosa da China, também está realizando testes em massa para conter avanço do coronavírus após casos vinculados a um salão de cabeleireiro.

Copom e FOMC

Autoridades monetárias do Brasil e dos EUA se reúnem nos próximos dias para definir o rumo para os juros de seus respectivos países em meio a um cenário de inflação elevada insistente.

Com dados de inflação acima do esperado nos EUA, divulgados na semana passada, especialistas cogitam a possibilidade de uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros norte-americanos nesta reunião.

O Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês) subiu 1% em maio, superando as expectativas do mercado, que projetava um avanço de 0,7%. No acumulado em 12 meses, o indicador avançou 8,6%, maior nível em mais de 40 anos.

Para a Selic, especialistas trabalham com uma elevação de 0,5 ponto percentual por parte do BC.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, escritório credenciado da XP Investimentos, destaca que a aversão a risco está gerando fuga de capital para economias mais seguras e ativos de maior qualidade.

“Esse movimento também pode indicar um prelúdio da tão falada recessão de nível global. A esperança é que ela seja menos aguda do que se anuncia”, afirma o especialista.

Destaques da Bolsa hoje

GOL PN (GOLL4) desabou 14,46%, para uma mínima de fechamento desde abril de 2020, a R$ 9,94, e AZUL PN (AZUL4) recuou 10,92% para R$ 13,70, menor fechamento desde maio de 2020, sofrendo com a alta do dólar ante o real, além da aversão a risco generalizada. No setor de viagens, CVC BRASIL ON (CVCB3) despencou 11,72%.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) caiu 7,93%, renovando mínimas em mais de quatro anos, com o aumento da inclinação da curva de futura de juros também pressionando as ações de varejo. AMERICANAS ON (AMER3) encerrou com queda de 8,74% e VIA ON (VIIA3) tombou 9,89%.

VALE ON (VALE3) fechou com declínio de 3,17%, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na Ásia, com novos surtos de Covid-19 na China revivendo os temores de que os lockdowns reduzam a demanda no maior produtor de aço do mundo. CSN MINERAÇÃO ON (CMIN3) caiu 2,87%.

PETROBRAS PN (PETR4) cedeu 1,28%, contaminada pela aversão a risco generalizada, embora os preços do petróleo tenham mostrado melhora durante a sessão, fechando com sinal positivo.

BRADESCO PN (BBDC4) registrou queda de 1,47% e ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) apurou declínio de 1,2%, sofrendo com o movimento vendedor na bolsa como um todo, com BANCO INTER UNIT (BIDI11) capitaneando as perdas de bancos do Ibovespa com perda de 4,17%.

CIELO ON (CIEL3) subiu 1,32%, entre as poucas altas da sessão. O BTG Pactual ajustou estimativas e elevou o preço-alvo das ações da empresa de meios de pagamento de R$ 4 para R$ 5, avaliando que ainda há um “upside”.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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