Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) dá as boas-vindas à mais recente crise bancária

20 mar 2023, 8:08 - atualizado em 20 mar 2023, 8:12
Ibovespa inicia pregão desta segunda-feira (20) com a pulga atrás da orelha. Afinal, o pior da crise bancária já passou ou é só o começo? (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia a segunda-feira (20) com uma pulga atrás da orelha. Após um fim de semana de drama na Suíça, que culminou no casamento forçado do tradicional Credit Suisse pelo rival UBS, os investidores se perguntam se podem surgir novos candidatos capazes de instaurar uma crise após essa união. 

A atuação coordenada dos principais bancos centrais globais para garantir liquidez ao setor financeiro, por meio de operações de troca de dólar, deixa dúvidas se o pior já passou. O receio é de que tanto a operação de resgate intermediada por autoridades suíças quanto a medida anunciada pelos BCs sinalizem que a crise está apenas começando. 

Mais que isso, a corrida contra o tempo para deixar tudo encaminhado antes dos mercados abrirem hoje deixa claro que havia um risco sistêmico grave. Porém, não há garantias de que a solução evita uma piora no cenário. Talvez sirva para aliviar os ativos de risco no curto prazo.

Nesta manhã, a cautela prevalece nos mercados, alterando altas e baixas, sem uma direção definida. Até porque, para muitos, não se trata da primeira crise bancária.

Em 2008, é bom lembrar, tudo começou com a quebra do Bear Stearns, em março – portanto, seis meses antes do colapso do Lehman Brothers. À época, a estabilização do sistema financeiro só veio após uma série de medidas. No entanto, nada disso foi capaz de evitar uma recessão

Ibovespa aguarda Fed e Copom

Por isso, os investidores aguardam novas ações nesta semana por parte dos BCs. A expectativa é de que o Federal Reserve indique uma pausa no ciclo de aperto da taxa de juros na quarta-feira (22). Ainda assim, deve haver mais um aumento de 0,25 ponto percentual (pp), diante da luta contra a inflação

Mas é a credibilidade do Fed que está em xeque. Afinal, por mais que a ação rápida e firme das autoridades monetárias tragam algum alívio, as medidas de emergência ganham ares de pedido de socorro. E os mercados parecem não estar totalmente convencidos de que os esforços para apoiar os bancos são suficientes – assim como o aperto dos juros não confirmou o caráter “temporário” da alta dos preços. 

Seja como for, os riscos no cenário externo também dão como certa uma mudança de postura por parte do Comitê de Política Monetária (Copom), horas após os eventos envolvendo o Fed. Embora a expectativa ainda seja de manutenção da taxa Selic em 13,75%, o mercado acredita que o Banco Central nacional usará o comunicado e a ata para sinalizar o início dos cortes em breve. A conferir. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em alta de 0,04%; o do S&P 500 tinha +0,15% e o Nasdaq subia 0,20%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) recuava 0,38% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale recuavam 1,20% enquanto os da Petrobras cediam 0,70%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve alta de 0,15%; a bolsa de Frankfurt subia 0,56%, a de Paris avançava 0,46% e a de Londres crescia 0,14%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em queda de 1,42%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 2,65% e a Bolsa de Xangai recuou 0,48%;

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,13%, 103.58 pontos; o euro subia 0,27%, a US$ 1,0698; a libra tinha alta de 0,28%, a US$ 1,2219; o dólar tinha queda de 0,40% ante o iene, a 131,31 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,389%, de 3,430% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,807%, de 3,825% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,54%, a US$ 1.984,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,96%, a US$ 65,62 o barril; o do petróleo Brent recuava 1,99%, a US$ 71,56 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,72% em Dalian (China), a 899 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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