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Ibovespa (IBOV) se prepara para semana agitada após colapso do SVB

13 mar 2023, 8:16 - atualizado em 13 mar 2023, 8:21
Ibovespa se prepara para semana agitada e começa a segunda-feira (13) com os mercados globais repercutindo colapso do Silicon Valley Bank (SVB) (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) se prepara para uma semana agitada de divulgação de dados econômicos e resultados de construtoras. Mas a segunda-feira (13) começa com os mercados globais repercutindo o colapso do Silicon Valley Bank (SVB). Os riscos de contágio ainda assustam os investidores, em especial na Europa.

As bolsas da região afundam até 3% nesta manhã, com o tombo de quase 10% das ações do Credit Suisse saltando aos olhos. O temor é de que o SVB provoque um efeito dominó no sistema financeiro, afetando outros bancos regionais dos Estados Unidos e contaminando outros setores econômicos.

Ainda assim, os mercados reagem de maneira positiva à decisão ontem (12) do Federal Reserve. Em uma reunião de emergência, o Fed optou por conceder uma linha de crédito especial como garantia aos bancos. O novo instrumento permite que algumas instituições possam administrar seus balanços sem precisar vender ativos com prejuízos relevantes.

Lehman Brothers 2.0?

Já a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que trabalha em conjunto com os órgãos reguladores para responder ao colapso do SVB. Yellen, é bom lembrar, ocupava o segundo cargo de comando no Fed durante a crise de 2008 e sabe diferenciar uma questão de risco moral (moral hazard) ante um problema mais simples de liquidez e solvência.

Tanto que os índices futuros das bolsas de Nova York respiram aliviados com a saída inteligente adotada pelo governo dos Estados Unidos, evitando uma versão 2.0 do Lehman Brothers. Agora, os eventos colocam em xeque o ímpeto do Fed em elevar o ritmo de aumento novamente à dose de 0,50 ponto percentual (pp) na semana que vem.

Afinal, não havia dúvida de que seria muito difícil o aperto monetário que removeu a taxa de juros nos EUA de perto de zero para em torno de 5% sem causar estragos, deixando vítimas pelo caminho. No caso, a quebra do SVB atinge o coração do ecossistema de startups e Venture Capital – e não apenas do Vale do Silício

Ibovespa monitora agenda

Ainda assim, são os números da inflação ao consumidor nos EUA (CPI), amanhã, que devem consolidar as expectativas quanto ao tamanho do aperto pelo Fomc neste mês. Por ora, as apostas de aceleração na alta para 0,50 pp seguem majoritária, com 70% de chance, ante 30% de manutenção do ritmo em 0,25 pp. 

Seja como for, os impactos econômicos e nos mercados dos eventos envolvendo o SVB no curto e longo prazos dão a sensação de que o fim do ciclo de aperto nos juros pelo Fed está próximo. Ao mesmo tempo, favorecem ainda mais a possibilidade de corte na taxa Selic em breve. 

Agora, tudo vai depender da proposta para o novo arcabouço fiscal que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve apresentar ao presidente Lula nesta semana. O texto já recebeu o aval da ministra Simone Tebet (Planejamento) e, segundo ela, agradará tanto a classe política quanto a Faria Lima.

Caso seja um plano crível de responsabilidade fiscal, evitando um estouro da dívida pública e sem malabarismos econômicos, as apostas de redução dos juros básicos devem ganhar força. Por isso, o timing importa e o momento é oportuno para pavimentar o caminho para os próximos encontros do Copom neste ano. Ainda mais depois de uma inflação salgada em fevereiro

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h10:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,11%; o do S&P 500 avançava 0,49% e o Nasdaq tinha alta de 0,96%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 0,07% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale estava estável, enquanto os da Petrobras cediam 0,09%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 2,44%; a bolsa de Frankfurt cedia 2,38%, a de Paris perdia 2,23% e a de Londres recuava 1,90%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em baixa de 1,11%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 1,95% e a Bolsa de Xangai ganhou 1,20%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,34%, 104.22 pontos; o euro subia 0,28%, a US$ 1,0668; a libra avançava 0,27%, a US$ 1,2067; o dólar tinha queda de 1,00% ante o iene, a 133,65 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,596%, de 3,705% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,326%, de 4,595% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 1,07%, a US$ 1.887,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,38%, a US$ 75,59 o barril; o do petróleo Brent cedia 1,37%, a US$ 81,67 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,27% em Dalian (China), a 922 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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