Mercados

Ibovespa tem queda contida após Meta derrubar bolsas em NY

03 fev 2022, 18:12 - atualizado em 03 fev 2022, 19:20
B3, Mercados, Ações, Ibovespa
O volume financeiro da sessão foi de 24,3 bilhões de reais (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O principal índice da bolsa brasileira registrou um leve recuo nesta quinta-feira, resistindo parcialmente à liquidação das ações de tecnologia e ao consequente tombo das bolsas norte-americanas causado por projeções abaixo do esperado divulgadas pela Meta, dona do Facebook (FB).

A alta de ações de setores mais defensivos, como financeiro e de energia, e o efeito positivo da indicação de desaceleração no ritmo de alta de juros pelo Banco Central em alguns papéis ajudaram o índice local a limitar as perdas.

O Ibovespa (IBOV) caiu 0,18%, a 111.695,94 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 24,3 bilhões de reais.

O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) elevou a Selic a 10,75% ao ano na véspera subindo o juro básico em 1,5 ponto percentual pela terceira vez seguida, conforme esperado, mas surpreendeu parte do mercado ao indicar ritmo menor de ajuste.

Alguns papéis sensíveis à taxa de juros mostraram performance positiva, como de empresas do setor imobiliário e de varejo, mas o impacto parece ter sido ofuscado pela queda dos papéis tecnologia nos Estados Unidos.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que a sessão para o Ibovespa foi de “balanço dessas duas forças”, um cenário externo de aversão ao risco, enquanto internamente uma tendência mais positiva.

As ações da Meta, dona Facebook, desabaram 26,4%, após novas projeções e resultados, e contaminaram os principais mercados de ações dos EUA. O Nasdaq cedeu 3,7% e o S&P 500 caiu 2,4%.

A Meta disse que espera receita do primeiro trimestre de 27 bilhões e 29 bilhões de dólares, enquanto analistas esperavam, em média, 30,15 bilhões, segundo a Refinitiv. Além disso, o Facebook teve no quarto trimestre pela primeira vez a queda de usuários ativos diários ante o trimestre anterior.

A perspectiva mais negativa foi atribuída a fatores como mudanças promovidas pela Apple que dificultaram a venda de anúncios publicitários, veio em meio à perspectiva de alta de juros nos EUA nos próximos meses, a partir de março, o que deve afetar ainda mais o setor de tecnologia.

Destaques

Petrobras (PETR4) caiu 1,4%, mesmo com alta nos preços do petróleo e após o diretor financeiro da estatal dizer que vê potencial para pagamentos de dividendos maiores. Ações de petrolíferas nos EUA também cederam.

No mais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em um eventual novo governo, não manterá o preço dos combustíveis vinculado ao dólar.

Cielo (CIEL3) caiu 6%, a primeira queda em cinco sessões, após subir até 5,2% na abertura. A companhia divulgou lucro líquido no quarto trimestre de 336,9 milhões de reais, alta de 13% ante mesma etapa de 2020. “Os resultados vieram na direção certa, com foco na rentabilidade em detrimento do crescimento”, afirmaram analistas do Bank of America em relatório. “Mas os resultados devem continuar pressionados pelos altos custos de captação”.

Locaweb (LSAW3) cedeu 7,5%, enquanto Inter (BIDI11) caiu 6,9%, em meio à liquidação global dos papéis ligados à tecnologia.

O movimento soma-se à extensão do impacto, em especial sobre fintechs, de projeção negativa de resultados divulgada pela PayPal.

Em Nova York, Pagseguro (PAGS) caiu 13,8%, Stoneco (STNE) cedeu 6,5% e Nubank (NU) recuou 2,9%.

Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 1,16%, Bradesco (BBDC4) ganhou 1,5%, Santander Brasil (SANB11)  avançou 0,4% e Banco do Brasil (BBAS3) teve alta 0,7%. Papéis registraram perdas firmes na véspera, após o Santander Brasil divulgar resultados abaixo do esperado pelo mercado.

Vale (VALE3) caiu 0,05% e siderúrgicas também cederam, com destaque para Usiminas (USIM5), que recuou 2,6%.

Equatorial (EQTL3) avançou 2%, Copel (CPLE6) subiu 2,3%, Engie Brasil (EGIE3) teve alta de 1,9% e CPFL Energia (CPFE3) ganhou 1,6%.

Jhsf (JHSF3) subiu 1,1% e MRV (MRVE3) teve alta de 0,6%, enquanto no varejo Americanas (AMER3) avançou 2,5%, VIA (VIIA3) ganhou 1,8% e Magazine Luiza (MGLU3) fechou com valorização de 0,3%.

Ultrapar (UGPA3) subiu 3,2%, após três quedas seguidas.

Marfrig (MRFG3)  caiu 7,4%, JBS (JBSS3) recuou 2,7% e Minerva (BEEF3) cedeu 3% .

Arezzo (ARZZ3), que não está no Ibovespa, ganhou 1,2% em dia de definição de preço por ação de seu follow-on.

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