Coluna do Beto Assad

Investimentos em ano de eleição: Existe algum tipo de investimento mais seguro?

02 jun 2022, 14:59 - atualizado em 02 jun 2022, 15:06
Eleições 2022
Não seja pego de surpresa pelas eleições 2022 e saiba como investir. Leia a coluna do Beto Assad, analista e consultor financeiro para o Kinvo. (Imagem: Reuters/Bruno Kelly)

Ano de eleição presidencial no Brasil costuma trazer maior volatilidade para o mercado financeiro.

Seja o investidor um eleitor de direita, esquerda, centro ou qualquer de outro espectro político — entender o que cada candidato pretende fazer, se for eleito, tende a tirar o sono dessa pessoa.

E se essa situação já é esperada pelos investidores mais experientes, o ano de 2022 promete ser um dos mais intensos nesse sentido.

Além da grande polaridade que tomou conta não só do Brasil, como em grande parte do mundo, o atual cenário global também traz grandes desafios.

Seja quem for o novo presidente eleito, o baixo crescimento econômico, a inflação alta e a taxa de juros acima de 2 dígitos são apenas algumas das questões que ele (presidente novo ou não) vai ter pela frente.

E quando trazemos essa realidade para o mercado financeiro, muitos investidores tendem a buscar produtos que possam trazer um maior “conforto” nesse cenário.

Vale pena tomar risco durante uma eleição?

Claro que existe o fator perfil do investidor, que vai buscar mais ou menos risco, dependendo de como o mercado estiver se comportando.

Mas quando levamos em conta o perfil da maioria dos brasileiros, que até hoje tem na caderneta de poupança o seu principal produto financeiro, dá para se ter uma ideia de como ainda estamos engatinhando no mundo dos investimentos.

Assim, tomando por base o momento político-econômico e a predisposição do brasileiro em se arriscar menos no mercado financeiro, existe algum investimento que possa ser considerado mais seguro para o restante do ano?

De fato, existem investimentos que podem deixar o investidor mais tranquilo nesse momento e com bons rendimentos, sem ter que se aventurar no mundo da renda variável.

Investimentos que não tiram o seu sono

O maior exemplo que vejo hoje para quem quer rentabilidade e proteção contra a desvalorização do real são os títulos públicos indexados à inflação.

Quando pegamos o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026, por exemplo, ele está pagando um prêmio acima de 5,5% ao ano, mais a variação da inflação. Como o IPCA acumulado nos últimos 12 meses está na faixa de 12%, este título oferece hoje uma rentabilidade aproximada de 17% ao ano.

Deve ficar claro que essa rentabilidade não é fixa, e que deve variar bastante até o vencimento do contrato.

Por outro lado, a certeza de que o dinheiro aplicado neste título está devolvendo uma rentabilidade real ao investidor acaba trazendo muita tranquilidade para os mais conservadores.

O problema deste tipo de investimento é o vencimento um pouco mais longo. Dessa maneira, muita gente que prefere a liquidez acaba ficando de fora de produtos com essa característica.

Uma outra opção, então, é buscar os fundos de inflação. Apesar do resgate muitas vezes ser longo, na casa de 30 dias, ainda é mais fácil do que vender títulos públicos antes do vencimento e acabar perdendo dinheiro se o momento for inoportuno

Mas se a questão for segurança e liquidez, não tem como fugir do famoso Tesouro Selic e de outros produtos com resgate diário, como alguns CDBs que pagam 100% ou mais do CDI.

Com a Selic acima de 12% ao ano, estes produtos já oferecem proteção contra a inflação atual. Tornam-se assim produtos interessantes tanto para um momento mais conturbado como também para a famosa reserva de emergência.

Quem disse que não dá parar arriscar em 2022?

Enfim, se o investidor estiver naquele meio termo, querendo mais segurança, mas disposto a “apimentar” levemente sua carteira no cenário eleitoral, os fundos multimercados podem ser muito bem vindos no meio desse mix.

Isso porque os fundos multimercados, quando bem geridos, podem conseguir captar bons momentos de ativos mais arriscados, aliados a produtos de renda fixa que garantem uma maior suavidade na volatilidade do fundo.

Tudo vai depender, então, da disposição ao risco e da necessidade imediata de dinheiro que o investidor vai precisar. Assim, aproveitar as boas oportunidades que a renda fixa oferece e correr menos riscos é ideal.

Somente vejo operações mais agressivas para investidores mais experientes ou que possuam um horizonte mais longo para os investimentos.

E como sempre digo, se uma pessoa fez algum investimento que está tirando o sono dela, esse investimento provavelmente já começou errado. Não seja essa pessoa neste segundo semestre, que promete ser de fortes emoções.

Aproveite para conferir todas as Colunas do Beto Assad.

Disclaimer

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Analista e consultor financeiro no Kinvo
Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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