Política

Mourão diz que Pazuello deve ser punido por participar em ato político para evitar anarquia nos quartéis

27 maio 2021, 16:43 - atualizado em 27 maio 2021, 16:43
Hamilton Mourão
No início da semana, Mourão já havia defendido que Pazuello adiantasse sua ida para reserva, ecoando uma posição hoje majoritária no Exército (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello general da ativa do Exército precisa ser punido por ter participado de ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro para evitar que a “anarquia se instaure nos quartéis”.

“A regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças, porque assim como tem gente que é simpática ao governo, tem gente que não é. Então, cada um tem que permanecer dentro da linha que as Forças Armadas têm que adotar. As Forças Armadas são apartidárias. Elas não têm partido. O partido das Forças Armadas é o Brasil”, disse o vice-presidente, que é general da reserva.

No último domingo, Pazuello subiu em um carro de som no Rio de Janeiro e falou rapidamente aos apoiadores do presidente que se aglomeravam para ouvi-lo, após Bolsonaro liderar uma “motociata” na cidade.

O regimento interno das Forças Armadas proíbe militares da ativa de participarem de qualquer ato político. A punição pode ir de uma advertência até a prisão.

No início da semana, Mourão já havia defendido que Pazuello adiantasse sua ida para reserva, ecoando uma posição hoje majoritária no Exército.

Desde que o general assumiu o ministério havia cobranças da cúpula da Força para que Pazuello deixasse a ativa, mas o general resistia e continua resistindo, especialmente agora que enfrenta a investigação da CPI da Covid.

Mourão afirma que não há dúvidas de que o ex-ministro precisa ser punido.

“O Exército vai seguir os trâmites previstos no regulamento e, se o comandante chegar à conclusão que tem que aplicar uma punição ao Pazuello, ele vai aplicar”, disse.

Em viagem ao Amazonas, Bolsonaro levou com ele o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

A expectativa é que a crise com Pazuello seja assunto entre os três, já que o presidente defende seu ex-ministro e quer evitar uma punição.

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