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Posição vendida em Cury (CURY3) dispara 173% e atinge máxima histórica; Bradesco não descarta ‘short squeeze’

01 nov 2024, 15:35 - atualizado em 01 nov 2024, 17:33
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(Imagem: Reprodução)

O Bradesco BBI analisou, entre os principais nomes do setor imobiliário na bolsa brasileira, as ações que acumulam posições vendidas — uma estratégia onde o investidor aposta na queda do preço de uma ação. O destaque foi para a Cury (CURY3), que registrou um aumento histórico de 173% nas posições vendidas, atingindo o maior nível já registrado.

Segundo os analistas, as apostas dos investidores contra a Cury aumentaram substancialmente em 2024. Em janeiro, o valor dessas posições era de R$ 204 milhões, mas atualmente está em R$ 571 milhões. Apesar disso, o Bradesco BBI ressalta que os papéis da Cury estão valorizados em relação a empresas similares, sendo negociados com um prêmio de 40%.

A estratégia de posição vendida envolve o aluguel de ações de um investidor que já as possui, permitindo que outro as venda no mercado com o objetivo de recomprá-las posteriormente a um preço mais baixo e devolver ao dono, lucrando com a diferença.

Um ponto de atenção destacado pela corretora é a escassez de investidores dispostos a emprestar ações da Cury. Essa falta de doadores torna a operação mais cara, refletindo no aumento expressivo da taxa de empréstimo das ações.

“Com isso, a posição vendida na ação parece estar muito mais relacionada a questões técnicas do que aos fundamentos da companhia. Não descartamos a possibilidade de um short squeeze próximo à divulgação dos resultados do terceiro trimestre da Cury”, apontam os analistas.

Isso ocorre quando o preço de uma ação sobe abruptamente, o que força investidores vendidos a fechar suas posições para evitar prejuízos maiores e aumenta ainda mais a pressão compradora.

Dessa forma, cria-se um efeito em cascata com mais vendedores comprando de volta as ações para fechar suas posições.

Nesta sexta-feira (1º), CYRE3 terminou o dia com queda de 1,96%, a R$ 23,96.

Outras empresas do setor

O estudo do BBI incluiu, além da Cury, as ações da Allos (ALSO3), Iguatemi (IGTI11)e Multiplan (MULT3); Direcional (DIRR3), MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3) entre as construtoras de baixa renda; e Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3).

Além da alta histórica da Cury, outro destaque é a Eztec que possui a maior porcentagem de posições vendidas. Porém, sua liquidez caiu ao longo do ano. Embora a empresa tenha mostrado algum progresso nos resultados, a expectativa é que uma melhora significativa na sua rentabilidade só ocorra em alguns anos.

Para a Multiplan, o relatório indica que também houve um aumento nas posições vendidas, indicando que os investidores estão apostando contra a empresa.

Os analistas entendem que isso decorra das incertezas sobre a possível saída de um grande investidor. Além disso, o preço da MULT3 teve um desempenho superior ao de outras empresas do setor, o que pode justificar essas apostas.

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Por outro lado, as apostas contra a Cyrela diminuíram. Os analistas avaliam que seja pelos bons fundamentos, então o “short” nela está se tornando menos atrativo para os investidores.

Os analistas ressaltam que, por seu comportamento cíclico, o setor imobiliário é um dos principais meios para investidores se posicionarem no cenário macroeconômico brasileiro.

A análise reflete, assim, uma mudança no sentimento dos investidores ao longo de 2024, com piora das incertezas econômicas em meio à alta da Selic.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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