Colunista Vitreo

Pré-mercado: Sem Davos este ano

18 maio 2021, 8:32 - atualizado em 18 maio 2021, 8:32
Sem respirar de nervoso com a CPI e com a MP da Eletrobras / Oxigênio (2021)

Bom dia, pessoal!

O Fórum Econômico Mundial, usualmente realizado em Davos, na Suíça, foi cancelado para o ano de 2021.

A princípio, ele deveria ser apenas postergado para o segundo semestre (agosto) e promovido em Cingapura.

Agora, porém, como nem na Ásia as coisas parecem estar mais acertadas, uma vez que a Índia se encontra em uma situação bastante delicada, o evento foi definitivamente cancelado.

Com os mercados ansiosos em ver um mundo caminhando para sinais de reabertura, a notícia é desagradável, até mesmo para a pauta ambiental, que tem encontrado espaço em Davos.

De todo modo, a notícia não parece fazer preço.

Hoje, os mercados abrem em alta na Europa, depois de uma segunda-feira (17) mais difícil.

Os futuros americanos acompanham o otimismo nesta manhã. A ver…

Que venha logo essa privatização

Com a força das commodities, nosso Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil, testou novamente os 123 mil pontos, tendo se descolado de Nova York ontem (17).

Para hoje, a CPI da Covid e a MP da Eletrobras estão na agenda do dia, trazendo volatilidade para ativos de risco pela ótica local. Líderes do governo tentarão votar a pauta entre até amanhã, mas o caminho não é trivial.

Um pingo de reformas privatizantes em um dos países que mais gastam com funcionalismo público seria como um suspiro de alívio – as despesas com pessoal ativo de União, Estados e municípios chegaram a 12,9% do PIB em 2019, por exemplo.

Ontem, uma briga por receita criou impasse à privatização da companhia de energia, impactando seus preços em Bolsa – agora, alterações no texto da proposta tornaram-se foco de tensão, fazendo com que o mercado tema sobre a viabilidade da operação.

Sobre a CPI em Brasília, os trabalhos começarão às 9h com o depoimento de Ernesto Araújo, enquanto o isolamento social atinge o nível mais baixo na pandemia – até semana passada, ainda tínhamos mais de 2.000 mortes por dia, vale lembrar.

Pelo lado positivo, os insumos da China para a produção de novas doses parecem finalmente ter data para chegar, enquanto os EUA doam 20 milhões de vacinas já aprovadas para outros países, incluindo o Brasil.

E essa tributação nova vem quando?

O presidente Joe Biden deve anunciar alguma revisão em seus aumentos de impostos sobre os ricos e as empresas para financiar seus projetos fiscais.

A proposta mais recente, chamada de “Plano das Famílias Americanas”, reverteria alguns dos cortes de impostos do ex-presidente Trump em 2017, aumentando a alíquota do imposto sobre as empresas para 28% (agora parece que será 25%), enquanto o imposto sobre ganhos de capital para americanos que ganham mais de US$ 1 milhão por ano poderia quase dobrar para 39,6% (novo número ainda a ser apresentado).

Mudanças no Imposto de Renda também são previstas.

A notícia tem gerado apreensão em Wall Street, que fica sensível e suscetível a realizações, como a de ontem (17), na expectativa cautelosa pela ata do Federal Reserve, a ser divulgada na quarta-feira (19).

O cálculo da Casa Branca é de que há necessidade de modernizar a infraestrutura, investir em creches e na educação infantil e, para tal, é preciso propor uma forma de custear isso.

A interpretação democrata é que os mais ricos e as empresas deveriam arcar com os custos de tantos projetos, mas existem visões alternativas e outras propostas que ainda estão sobre a mesa. Muita discussão pela frente.

Aflições europeias

Os dados do mercado de trabalho do Reino Unido vieram mais fortes do que o esperado, com revisões positivas no mês anterior, um movimento que tem sido verificado em todos os países que experimentam algum grau de reabertura – o entendimento é o de que os modelos convencionais não conseguiriam capturar com precisão o crescimento verificado na reabertura.

Outra coisa positiva: estes ainda são os dados de março e, portanto, são anteriores ao fim de várias restrições significativas nas últimas semanas.

É importante acompanhar movimentos de países em reabertura, como o Reino Unido, os EUA e a Austrália, para entendermos como a recuperação está se dando e estabelecermos premissas para as nossas condições aqui.

A narrativa de crescimento europeu hoje, inclusive, será colocada à prova, uma vez que o PIB veio em linha com o esperado, sem grandes surpresas – houve queda de 0,6% no primeiro trimestre contra o período imediatamente anterior, o último trimestre do ano passado.

A recuperação econômica da Europa está dividida entre 2021 e 2022.

Nota-se que a Zona do Euro está atrasada em relação à história de crescimento dos britânicos e dos americanos, com expectativa de inversão dessa tendência no segundo semestre, quando as demais localidades normalizarem o crescimento, como tem acontecido na China, e a Europa se reabrir mais definitivamente.

Anote aí!

Para hoje, o PIB europeu prometia mostrar a força da economia dos países do bloco, mas os dados, diferentemente do PIB japonês, que veio abaixo da mediana do consenso, vieram em linha com o esperado, sem grandes surpresas.

Falas de autoridades monetárias na Europa (BCE e BoE) têm espaço para a atenção dos agentes econômicos.

Na terra do Tio Sam, os mercados ainda focam seus esforços na análise das pressões inflacionárias, com expectativas para a ata do Fed nesta quarta-feira, que pode trazer impacto sobre o câmbio e juros.

Fora isso, construções de moradias iniciadas de abril e estoques de petróleo aparecem na agenda do dia.

No Brasil, foco no calendário de Brasília, que deverá trazer emoção, com a Secretaria de Política Econômica divulgando a grade de parâmetros macroeconômicos com estimativas sobre o PIB e a inflação e Boletim MacroFiscal, além dos fatores políticos já mencionados acima.

A reunião trimestral de diretores do BC no Rio de Janeiro também marca o dia – novidades podem movimentar os mercados.

Muda o que na minha vida?

Os gastos do consumidor estão aumentando, mas a inflação também.

Nos EUA, as vendas no varejo de agora parecem estar caminhando para patamares acima dos níveis pré-pandemia e devem continuar subindo à medida que os casos de Covid-19 diminuem e a economia se recupera.

Vale lembrar que as vendas no varejo respondem por cerca de um terço dos gastos do consumidor, de longe o principal impulsionador da economia americana – os americanos já estão começando a gastar mais em serviços que evitaram durante a pandemia.

No entanto, como já estamos cansados de saber, todos os gastos reprimidos parecem ter uma desvantagem: preços mais altos, o que deixa os investidores em Wall Street apreensivos quanto ao nível e a natureza da inflação.

Um dos erros mais comuns sobre a noção generalizada que as pessoas têm de inflação é a ideia de que um único número pode medir as variações de preços.

A verdade sobre a inflação é complexa, com muitas maneiras de medi-la.

As principais medidas da inflação dos preços ao consumidor e ao produtor estão subindo hoje, mas não por causa do que está acontecendo agora.

O custo de uma ampla variedade de produtos, desde petróleo a madeira e metais preciosos, está aumentando.

Os fabricantes estão começando a repassar alguns desses aumentos de preços para os clientes, gerando inflação.

Ou seja, as taxas de inflação mais altas nos dizem que há 12 meses os preços dessas commodities, como o petróleo, estavam mais baixos.

Nesse caso, estaríamos passando por um choque temporário de preços, que deverá ser corrigido nos próximos 12 meses.

De fato, a inflação pode até ficar mais alta do que tem estado nos últimos dez anos, mas só porque a última década foi de inflação baixíssima.

Um retorno de preços mais altos, principalmente causados por um choque, não significa o renascimento estrutural de uma inflação perversa, o medo atual dos mercados.

Fique de olho!

O nosso principal FoF, o FoF Melhores Fundos, segue sendo o prodígio que foi no ano passado. Batendo o CDI de lavada e entregando 26,41% desde o começo, no dia 08/04/2019, até a cota do dia 14/05/2021.

Confira:

No ano, o FoF tem entregado 3,39%, enquanto o CDI é de 0,81% no mesmo período (também até a cota do dia 14/05/2021).

São resultados muito consistentes e uma performance que não perde fôlego, ainda mais porque é um FoF super diversificado, com fundos dos mais variados, com tudo o que você precisa: renda variável, renda fixa, proteções, câmbio… Não falta nada.

Claro que performance passada não garante lucro futuro, como você sabe, mas a consistência do FoF Melhores Fundos tem que ser exaltada.

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Atenção:

A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.

Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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