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Gasolina eleva preços ao consumidor nos EUA em março; inflação deve ter atingido pico

12 abr 2022, 9:56 - atualizado em 12 abr 2022, 11:57
Preços ao Consumidor
O índice de preços ao consumidor saltou 1,2% no mês passado, maior alta mensal desde setembro de 2005, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em março no ritmo mais forte em 16 anos e meio na comparação com o mês anterior, uma vez que a guerra entre Rússia e Ucrânia elevou o custo da gasolina a máximas recordes, consolidando as expectativas de uma alta de 0,5 ponto percentual nos juros pelo banco central norte-americano no próximo mês.

O aumento mensal nos preços divulgado pelo Departamento do Trabalho nesta terça-feira levou a inflação anual a saltar no ritmo mais rápido desde o fim de 1981. Mas houve alguns vislumbres de esperança, com o núcleo do índice de preços acelerando apenas moderadamente no mês à medida que a alta dos custos com veículos automotores diminuiu. Economistas também acreditam que a inflação geral provavelmente atingiu seu pico.

“O Fed terá um pouco de conforto com o relatório de hoje, mas ainda tem muito trabalho a fazer para restaurar a estabilidade de preços”, disse Sal Guatieri, economista sênior da BMO Capital Markets em Toronto.

O índice de preços ao consumidor saltou 1,2% no mês passado, maior alta mensal desde setembro de 2005, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira. Em fevereiro, a alta havia sido de 0,8%.

Os preços da gasolina na bomba dispararam em média a 4,33 dólares por galão (3,8 litros) em março, uma máxima recorde, de acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA).

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo bruto do mundo. Os Estados Unidos proibiram as importações de petróleo, gás natural liquefeito e carvão russos como parte de uma série de sanções contra Moscou por sua invasão da Ucrânia.

Além de elevar os preços da gasolina, a guerra entre Rússia e Ucrânia, agora em seu segundo mês, levou a um aumento global nos preços dos alimentos, já que os dois países também são grandes exportadores de commodities agrícolas, como trigo e óleo de girassol.

Mesmo sem contar a gasolina, o salto da inflação nos EUA foi generalizado. Os preços dos alimentos aumentaram 1,0%, com o custo da comida consumida em casa em alta de 1,5% em meio a fortes ganhos em todas as categorias.

Mas o aumento do custo dos alimentos consumidos fora de casa arrefeceu, pois uma alta de 0,7% nas refeições com serviço completo foi parcialmente compensada por queda de 0,2% nos preços de refeições com serviço limitado, a primeira queda desde outubro de 2018.

Nos 12 meses até março, os preços subiram 8,5% nos EUA, maior avanço nessa base de comparação desde dezembro de 1981, após salto de 7,9% em fevereiro. Foi o sexto mês seguido em que a inflação ficou acima de 6% na base anual.

Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 1,2% em março e de 8,4% na comparação anual.

As fortes leituras de inflação vêm depois de dados do mês passado que mostraram a taxa de desemprego norte-americana caindo para uma nova mínima em dois anos de 3,6%. O mercado de trabalho apertado está alimentando a inflação salarial no país.

Na reunião de março, o banco central dos EUA, o Federal Reserve, elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, o primeiro aumento em mais de três anos. A ata desse encontro de política monetária, publicada na última quarta-feira, pareceu preparar o terreno para aumentos mais intensos nos juros à frente.

O núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 6,5% nos 12 meses até março, a maior alta desde agosto de 1982, após acréscimo de 6,4% em fevereiro.

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