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Rabobank: 2023 indica transição no mercado dos fertilizantes; quais ações do agro podem ser impactadas?

27 maio 2023, 11:00 - atualizado em 26 maio 2023, 17:44
Fertilizantes, Agrogalaxy
Entre 2021 e 2022, setor enfrentou preços elevados de fertilizantes por conta da pandemia da covid-19 e o início da Guerra na Ucrânia (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ano de 2023 deve marcar uma transição no ciclo de preços de fertilizantes, na visão do Rabobank, em estudo publicado nesta semana.

Em 2021 e 2022, o setor convivia com preços elevados por conta da pandemia da Covid-19 e o início da Guerra na Ucrânia, que mexeu com o mercado.

De acordo com Bruno Fonseca, economista sênior do Rabobank, o ano atual marca uma retomada no poder de compra do produtor rural.

“Esse movimento acontece principalmente pela queda dos fertilizantes. As commodities podem enfrentar uma oscilação daqui para frente, mas, por conta dos insumos, acreditamos que esse índice ao produtor deve melhorar. Esse cenário aponta para uma retomada do consumo em alguns países, como o Brasil e Estados Unidos, já em 2023, sendo o ano atual um momento de transição entre a queda de consumo em 2022 e a retomada dos níveis pré-pandemia em 2024 e 2025”, explica.

No lado da produção de alimentos, os maiores benefícios devem ficar para o Brasil, China e Estados Unidos, enquanto no cenário das exportações, os maiores ganhos devem ficar para Rússia e Canadá, grandes produtores de fertilizantes.

Variação dos preços

Há um ano, o preço do trio NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) atingiam patamares históricos, em função dos efeitos da guerra da Ucrânia. Hoje, os preços dos fertilizantes estão muito próximos da média histórica.

Preços do trio NPK (US$/t) Ureia (N) MAP (P) KCL (K)
Maio/22 703 1150 1120
Maio/23 320 532 389
Média histórica 346 493 385

Fertilizantes biológicos

Para Fonseca, o Brasil, a partir desse momento mais conturbado no mercado de insumos químicos, abriu espaço
para maior uso de fertilizantes biológicos.

“Essa é uma tendência positiva, mas que não deve substituir 100% os fertilizantes químicos. Ainda assim, esse movimento indica uma liderança do Brasil neste mercado, principalmente no biocontrole”, diz.

O economista ressalta que, mesmo com menor uso de químicos nos últimos dois anos pelos produtores, os fertilizantes NPK ainda são “indispensáveis”.

“A aplicação de fósforo (P) na lavoura, que teve uma forte queda no consumo em 2022, pode reduzir entre uma safra e outra, porque existem estoques no solo. Por outro lado, se o produtor corta o uso desse fertilizante na sua totalidade, pode acabar comprometendo a safra”, comenta.

Empresas impactadas

Na visão de Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos, a queda no preço dos fertilizantes beneficia principalmente empresas como BrasilAgro (AGRO3), SLC Agrícola (SLCE3), Jalles Machado (JALL3)
e São Martinho (SMTO3), mas acredita que esse “ganho” deve ser apenas para a safra 2023/2024.

“É importante ressaltar que esse ganho com os fertilizantes está muito atrelado ao momento da compra desses insumos. Por outro lado, a AgroGalaxy (AGXY3) deve ser impactada na receita. Já a 3tentos (TTEN3), deve ter impacto na produção dos fertilizantes”, explica.

Confira a recomendação da XP para as ações:

Empresa Código Recomendação Preço-alvo (R$) Potencial de alta (%)
BrasilAgro AGRO3 Neutro 31,80 37
SLC Agrícola SLCE3 Compra 58,80 69
Jalles Machado JALL3 Compra 11,00 32
São Martinho SMTO3 Compra 33,50
AgroGalaxy AGXY3 Compra 16,10 167
3tentos TTEN3 Compra 16,20 32

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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