Renda Fixa

Saiba onde encontrar os CDBs mais rentáveis (eles não estão nos bancões ou nas corretoras)

08 fev 2022, 14:55 - atualizado em 08 fev 2022, 14:55

Com mais uma alta da taxa Selic, agora em 10,75%, os investimentos de renda fixa ficam mais atrativos.

Muitos preferem tirar o dinheiro aplicado no sobe e desce da Bolsa brasileira e deixá-lo rendendo em algum produto que ofereça menos riscos. E o produto da vez é o CDB (Certificado de Depósito Bancário).

Segundo dados da Anbima sobre investimentos dos brasileiros, o CDB foi o produto de renda fixa que mais cresceu no ano de 2021, saltando 15,7%, com volume financeiro de R$ 67 bilhões, entre os investidores de varejo.

Os CDBs estão disponíveis na maioria dos bancos e, por comodidade, acabam sendo uma das primeiras opções para quem quer migrar o dinheiro da poupança para algo mais rentável.

Mas será que são os bancões que possuem os CDBs mais rentáveis do mercado?

Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC (TRAD3), explica que não é nos grandes bancos — e nem mesmo nas corretoras —, que o investidor vai achar o CDBs com as taxas mais interessantes.

“Nos grandes bancos, os CDBs pós-fixados pagam em torno de 95% a 105% do CDI. Em bancos menores, é possível encontrar taxas de 110% a 120% do CDI. Já nas corretoras, o investidor encontra produtos pagando entre 110% e 120% do CDI, na média”, afirma.

Para a especialista, é o mercado secundário que oferece os maiores potenciais de ganhos quando o assunto é esse tipo de investimento, com títulos que pagam entre 130% a até 150% do CDI.

Mercado secundário

Moedas de 1 real e 50 centavos empilhadas. Ao fundo, uma nota de 100 reais.
No mercado secundário de renda fixa, o investidor pode encontrar CDBs que chegam a pagar até 150% do CDI (Imagem: Getty Images)

No mercado secundário, as negociações acontecem diretamente entre investidores, sem a participação do emissor do ativo.

“O mercado secundário de renda fixa pode ser acessado pelo próprio investidor nas corretoras, cujas melhores oportunidades estão presentes por volta da abertura das negociações (às 10h no horário de Brasília), ou com auxílio de um assessor de investimento”, destaca Benevides.

Se o mercado primário é marcado por exemplos clássicos como ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), emissão de debêntures ou leilões tradicionais do Tesouro Nacional, o mercado secundário oferece liquidez às operações do mercado primário.

A grande vantagem de negociar no mercado secundário é a possibilidade de resgatar as aplicações antes do vencimento.

Por exemplo: digamos que o investidor contrate um CDB em 2020 a 14% ao ano, com vencimento para 2025. Ele precisa resgatá-lo hoje, no entanto, o CDB em questão só tem liquidez no vencimento.

Uma forma de resgatar o título é negociá-lo no mercado secundário. A boa notícia é que, nesse mercado, essa negociação não se dá pela taxa que está sendo praticada hoje, mas sim pela taxa pactuada no início da operação.

Para o investidor que adquirir aquele CDB isso será uma vantagem, pois com a Selic no patamar de 10,75% ao ano, ele não conseguiria hoje a taxa original no mercado primário.

Em outras palavras, nenhum banco ou corretora pagaria 14% ao ano hoje por um CDB que vencerá em 2025, ou seja, daqui a três anos.

Por um lado, o mercado secundário ajuda o investidor que necessita de recursos antes do vencimento da aplicação. Por outro, oferece opções interessantes para quem procura diversificação para a carteira com rentabilidade.

É importante saber que o mercado secundário também negocia praticamente todos os produtos de renda fixa, como LCIs, LCAs, Tesouro Direto, debêntures, entre outros.

Disclaimer

Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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