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“Substitutos” de PETR4 e BBAS3: Os papéis para quem quer fugir das estatais nas eleições

24 ago 2022, 18:00 - atualizado em 24 ago 2022, 18:00
Petrobras
Ações da Petrobras e do Banco do Brasil acumulam valorizações no ano, mesmo com as eleições no radar (Imagem: Bloomberg)

A performance das ações da Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3) no ano quebra a percepção de que, em tempos de eleição, investidores acabam correndo das estatais.

Os papéis da Petrobras acumulam uma valorização de 18% em 2022. O desempenho positivo é pautado principalmente nos gordos dividendos da companhia.

No fim de julho, a petroleira surpreendeu o mercado ao anunciar a distribuição de R$ 6,73 por ação em dividendos, sendo que a primeira parcela, no valor de R$ 3,366002 por ação preferencial e ordinária em circulação, será paga em 31 de agosto, e a segunda, no valor de R$ 3,366001 por ação preferencial e ordinária, em 20 de setembro.

As ações do Banco do Brasil surfam a mesma maré positiva, chegando a acumular ganhos superiores aos de Petrobras, de 41%. O bancão foi o destaque positivo do setor na temporada de resultados do segundo trimestre, após apresentar lucro de R$ 7,8 bilhões. A companhia também chegou a anunciar o pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).

Risco estatal precificado

Uma das principais preocupações do mercado sobre as empresas não privatizadas é o fator “risco estatal“. Por mais que vejam as ações da Petrobras e do Banco do Brasil já precificando boa parte das eleições, analistas do mercado acreditam que a corrida presidencial ainda deve mexer com os papéis, causando elevada volatilidade no curto prazo.

Guilherme Gentile, head de análise da Dividendos.Me, diz que, independentemente do cenário eleitoral, vale o investidor limitar sua carteira em percentual definido de exposição a estatais (algo em torno de 20%, no máximo).

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, com os preços negociados atualmente, as ações da Petrobras e do Banco do Brasil aguentam “bastante desaforo”, e por isso são boas para ter na carteira – mas não como as principais posições.

O time de análise da Warren coloca mais confiança em Petrobras e Banco do Brasil – mais especificamente, na Lei das Estatais.

“Vimos o governo atual tentar interferir na política de preços da Petrobras e falhando diversas vezes. Então, não enxergamos grande necessidade de proteção ao risco associada a essas empresas”, explica Gustavo Pazos, analista da corretora e gestora de investimentos.

Ainda assim, para quem teme o impacto das eleições na Bolsa e quer evitar a volatilidade adicional dos papéis de empresas estatais, o especialista revela setores em que o investidor pode buscar abrigo.

Desconto na Bolsa

Banco do Brasil carrega desconto pelo fato de estar “à mercê de uma canetada”, destaca analista da Warren (Imagem: Agência Brasil)

Para o investidor que está preocupado com os efeitos da corrida eleitoral nos investimentos, Pazos lembra que, nessas horas, vale focar em setores caracteristicamente mais defensivos, como o bancário e o elétrico.

“Eles têm a tendência de ser mais resilientes se comparados a setores sensíveis, como varejo e construção civil”, comenta.

De acordo com o analista, outros bancões são boas escolhas para quem quer substituir Banco do Brasil e fugir do risco estatal.

Pazos mostra preferência pelo Itaú (ITUB4), considerado o “player de maior qualidade” dentro do segmento, mas destaca que o valuation do Banco do Brasil está “extremamente depreciado”.

“O banco carrega um desconto, sempre carregou”, diz Pazos, sobre o BB.

“O banco carrega um desconto pelo fato de ser uma estatal, de estar à mercê de uma canetada, assim como por um ponto de vista de ineficiência. Mas grande parte dessa ineficiência já ficou para trás. Não é a realidade do banco hoje”, completa o analista.

Komura, da Ouro Preto Investimentos, enxerga três boas ações de empresas não estatais que estão baratas:

  1. 3R Petroleum (RRRP3), que pode se beneficiar do problema de oferta estrutural do petróleo;
  2. Eletrobras (ELET3), com potencial para entregar muito valor após a privatização; e
  3. Hapvida (HAPV3), na expectativa de ver sinergias da fusão com com a NotreDame Intermédica sendo colhidas nos próximos trimestres.

Além dessas ações, Komura também menciona o BDR do Mercado Livre (MELI34).

“O setor de e-commerce está em uma situação difícil porque houve aumento significativo da concorrência (estrangeira). Não acreditamos que haja espaço para tantos players no mercado brasileiro, mas o Mercado Livre está na frente de todos os outros”, afirma.

Vacas leiteiras

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Taurus desponta como uma ação atraente, de acordo com analistas (Imagem: YouTube/Taurus Armas Official)

Em se tratando de dividendos, ultrapassar a Petrobras é uma tarefa difícil. Ainda assim, existem boas opções no mercado.

Komura acredita que vale  dar atenção especial a elétricas, como Alupar (ALUP11), CPFL Energia (CPFE3) e Taesa (TAEE11). Vivo (VIVT3), nome frequente nas carteiras recomendadas mensais de dividendos, também é uma sugestão.

Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, tem a Taurus (TASA4) como aposta na Bolsa, tanto como ação barata quanto pelos dividendos. Como gatilho, Galindo menciona a demanda consistente por armas, principalmente na parte militar de outros países.

Unipar (UNIP6), do setor de utilidades básicas, também é conhecida pelo bom pagamento de dividendos. Além disso, a empresa tem entregado resultados positivos e está “bem barata”, completa o analista.

Galindo reforça o tom positivo sobre bancões como bons distribuidores de proventos e cita ainda as seguradoras.

O  destaca as ações de empresas do setor de utilidades básicas – em especial, elétricas. Além do caráter defensivo, esses papéis são conhecidos pelo mercado pela boa remuneração aos acionistas.

Gentile também lança o nome da Taurus. Assim como Galindo, o head de análise da Dividendos.me vê a fabricante de armas com valuation atrativo e potencial para distribuir bons dividendos.

“Uma empresa que está com um valuation atrativo é a Taurus Armas, que tem potencial de pagar bons dividendos esse ano e 80% da sua receita vêm do exterior (EUA), fugindo um pouco do risco Brasil”, explica o especialista.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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