Economia

Alta de juros está perto do fim, mas quadro fiscal preocupa, diz BlackRock

12 jul 2022, 8:16 - atualizado em 12 jul 2022, 8:32
Sede do Banco Central em Brasília
“O Banco Central está muito mais perto de atingir o fim do ciclo de alta de juros do que o Federal Reserve”, avaliou Axel Christensen, da BlackRock  (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Banco Central do Brasil começou a subir os juros antes de seus pares e, por isso, o ciclo de alta das taxas pode estar perto do fim, diferentemente de Estados Unidos e Europa.

Já a situação fiscal é bem mais preocupante, avalia Axel Christensen, diretor de estratégia de investimentos para a América Latina da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com US$ 10 trilhões em ativos. No País, o executivo vê oportunidades em títulos de renda fixa, do governo e de empresas.

“Certamente, há aspectos com que estamos preocupados, em termos da situação fiscal, do crescimento da dívida pública e sobre quais as decisões de política econômica serão tomadas em torno disso”, afirmou Christensen.

Há ainda, o temor de que a alta generalizada de preços possa provocar inquietações na sociedade, como aconteceu nos países vizinhos, que viram uma série de protestos nas ruas.

“O Banco Central do Brasil está muito mais perto de atingir o fim do ciclo de alta de juros do que o Federal Reserve (o BC americano), que apenas começou, ou o Banco Central Europeu, que nem começou ainda”, afirmou Christensen.

Nesse ambiente, a incerteza sobre a política monetária na América Latina é menor do que no mundo desenvolvido.

A inflação no Brasil ainda não chegou a ponto de começar a cair, mas está perto, disse o economista. Pelo lado negativo, a alta mais intensa de juros pelo BC vai comprometer a atividade, afirmou Christensen.

O economista vê risco acima de 50% de recessão na América Latina, justamente pela alta de juros aqui ter sido mais rápida do que em outras regiões.

Eleições

Sobre as eleições em outubro no País, Christensen avalia que as pesquisas até agora mostram uma corrida presidencial sem muitas surpresas. Por isso, não deve haver grandes movimentos do mercado, a menos que haja alguma mudança não esperada nos nomes envolvidos na disputa.

Um dos fatores a se monitorar é como ficará a nova configuração do Congresso após as eleições, pois isso vai ajudar a dar uma visão do espaço do próximo presidente da República para tocar sua agenda de políticas, disse o executivo da BlackRock.

O executivo afirmou também que colocaria o Brasil em uma lista de mercados emergentes “seguros”, mas alerta que o País enfrenta obstáculos importantes, como a baixa produtividade e o baixo crescimento estrutural da economia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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