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Como gerenciar o crescimento de protocolos cripto, responsáveis por bilhões de dólares?

23 set 2021, 11:49 - atualizado em 23 set 2021, 11:49
“Muitas pessoas do setor estão bem alinhadas com reguladores a fim de criar um mercado aberto e justo”, afirma o fundador da Synthetix (Imagem: YouTube/Messari)

Em participação ao evento cripto Mainnet 2021, da Messari, Camila Russo, fundadora do site The Defiant, conversa com Kain Warwick, fundador do protocolo Synthetix sobre os desafios enfrentados por protocolos que gerenciam bilhões em criptoativos.

Synthetix é o pilar para a negociação de derivativos no setor de finanças descentralizadas (DeFi), permitindo que qualquer um em qualquer parte do mundo ganhe uma exposição a uma grande variedade de ativos em blockchain.

Synthetix é conhecida por seus produtos inovadores, como os ativos sintéticos (ou “synthetic tokens”), que reproduzem o preço de ativos já existentes — como grandes ações de tecnologia —, em que investidores podem adquirir frações desses ativos sintéticos e obter grandes rendimentos com seu desempenho.

Ativos sintéticos: é possível obter rendimentos
sem se expor a riscos?

Camila pergunta por que Warwick e sua equipe decidiu descentralizar a Synthetix de forma gradual, já que DeFi consiste em dar aos usuários a possibilidade de negociarem milhares de criptoativos sem a necessidade de intermediários.

Warwick explica que a decisão de utilizar contratos não imutáveis (que podiam ser alterados, em contrapartida dos contratos autônomos, que são inalteráveis) — que gerou muita controvérsia — se deu para evitar justamente situações que não poderiam ser revertidas para testar a forma como o sistema poderia funcionar.

Warwick afirma que, atualmente, a governança está nas mãos da comunidade Synthetix e de detentores do token SNX.

Assim, o controle centralizado permitiu que a Synthetix lidasse mais rápido com problemas que vinham surgindo, solidificando o sistema antes de entregá-lo nas mãos dos usuários.

Existem desvantagens, mas é possível criar uma estrutura em que um pequeno grupo de pessoas, cuja autoridade lhes foi delegada, controle o protocolo e aja rapidamente, sendo pago pelo protocolo para desempenhar tais tarefas.

Estamos em uma situação bem melhor agora do que há anos atrás, quando tivemos de criar tudo do zero e evitar que as coisas dessem muito errado.

Camila pergunta sobre o atual ambiente regulatório, em que autoridades estão gerando pressão sobre esse aspecto descentralizado, em que não há uma autoridade comandando todos esses protocolos. Warwick responde:

Existe muita inovação nos EUA e não acho que essa inovação será prejudicada, mas está gerando receios em todo mundo, principalmente em novos projetos, que estão pensando nas consequências, e precisam de mais transparência. 

Na Austrália, tivemos sorte, pois reguladores são bem permissivos, assim como em Cingapura, permitindo que a inovação aconteça — a menos que seja algo fraudulento ou algo do tipo. 

Acredito que a transparência regulatória é necessária pois, sem ela, as pessoas tomam decisões ruins ou mal informadas. Muitas pessoas do setor estão bem alinhadas com reguladores a fim de criar um mercado aberto e justo.

Em outro momento, Camila questiona a importância da liquidez em protocolos enquanto projetos tentam prezar pela escalabilidade, Warwick explica que o modelo de pagamento com tokens nativos de protocolos ajuda no incentivo a desenvolvedores e usuários.

Tokens inflacionários dão a expectativa futura de que aquilo terá valor, tanto monetariamente como no aspecto de governança, de decisões sobre a plataforma.

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