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CSN (CSNA3) ou CSN Mineração (CMIN3)? Uma ação atrai a Genial; veja qual ter agora pensando em 2023

27 dez 2022, 15:08 - atualizado em 27 dez 2022, 15:08
CSN Mineração CSNA3
Revisão de guidances para baixo afastam investidor de CSN Mineração, diz Genial (Imagem: Facebook/ CSN)

Dentro do setor de mineração e siderurgia, a CSN (CSNA3) e seu braço de mineração, a CSN Mineração (CMIN3), ainda são “diamantes para serem lapidados”, avalia a Genial Investimentos.

Embora reconheça o foco do grupo de crescer com base em boas estratégias e planos arrojados, a corretora acredita que a viabilidade desses planos é altamente dependente do cenário macroeconômico, que deve seguir desafiador em 2023.

Um exemplo usado pela Genial é a revisão por parte da CSN Mineração de alguns de seus projetos, como o P-15 itabirito, adiado para buscar uma alocação de capital mais eficiente.

O projeto, considerado a mais relevante expansão da mineradora, foi postergado para o quarto trimestre de 2025, sendo que a expectativa anterior era o segundo semestre de 2023.

“Nossa visão é de que a postergação da curva em dois anos, apesar de não ter sido novidade para nós, também não foi positivo”, afirma a Genial.

Pela leitura da corretora, após duas revisões no guidance de produção em 2022 (agora em 34 milhões de toneladas), com uma redução de 13% em relação às estimativas de um ano atrás, o mercado começa a perder a confiança quanto ao cumprimento das metas da mineradora.

A Genial destaca que os investidores acabam ficando menos adeptos a suportar alavancagens mais altas, pois “a contrapartida de destravamento de valor parece não estar acontecendo”.

“Apesar de um terceiro trimestre acima da performance operacional, segundo nossa visão, em relação a sua concorrente de maior porte, a Vale (VALE3), o que nos falta ainda é a confiança de que a CSN Mineração irá entregar o P15 no tempo prometido, tendo estado abaixo da média em desempenho operacional na maioria dos trimestres passados, revisado guidances e planos de crescimento desde o IPO”, afirma.

Apesar disso, ela reconhece que “de fato, a viabilidade econômica mudou desde o planejamento inicial anunciado no IPO (oferta pública inicial de ações) da mineradora em 2021, e que buscar uma alocação de capital eficiente implicaria na revisão do cronograma de execução”.

Grupo CSN, uma holding com planos agressivos de crescimento

A Genial destaca a ambição da CSN de crescer. A companhia vem expandindo suas unidades de negócio, com destaque para o braço de cimentos por meio de aquisições recentes altamente relevantes para o grupo e à indústria cimenteira.

“Do lado positivo, vemos o Grupo CSN cada vez mais próximo de criar um ecossistema com unidade de negócios diversas, que produzem níveis de sinergia entre si”, comenta a instituição.

A CSN atualmente atua nos segmentos de aço, cimento, mineração, energia e logística. A Genial destaca que o grupo busca um re-rating setorial, uma vez que os negócios separadamente rodariam a múltiplos diferentes e poderia ter estruturas de capital mais adequadas com a estratégia de cada uma das divisões.

“Esse pensamento levou o management a anunciar a intenção de criar uma holding de capital fechado e realizar o carve-out através de um IPO das outras quatro principais operações: siderurgia, cimentos, energia e logística, tendo em vista que já fez isso em 2021 com o segmento de mineração, levando a criação da CMIN”, relembra.

Pouco a pouco, a CSN faz progressos em direção à realização dessa meta ambiciosa e ainda distante. O problema, avalia a Genial, está na execução das diretrizes, que, somadas, “serão muito árduas de serem atingidas, uma vez que possuem características contraditórias”.

CSN Mineração
CSN precisa escolher entre crescer, pagar dividendos e diminuir a alavancagem, afirma a corretora (Imagem: CSN/Divulgação)

Isso porque a companhia quer crescer, mas tem como prática o pagamento rotineiro de dividendos com números agressivos. Em 2022, a CSN chegou a um dividend yield de 16%, enquanto a CSN Mineração atingiu 18%.

A CSN também manteve o propósito de reduzir a alavancagem, seguindo com os R$ 10-15 bilhões em caixa e sem contrair muitas dívidas para além de seu endividamento atual, de R$ 24 bilhões, “mesmo considerando um capex ainda em patamares altos de R$ 4-6 bilhões por ano até 2027”, acrescenta a Genial.

Na avaliação da Genial, “em algum momento de 2023, com a delimitação de um cenário macro de juros altos, segundo nossas projeções, a CSN terá que escolher entre reduzir o dividend yield e crescer com uma alavancagem mais saudável ou manter uma política de dividendos robusta e aumentar a alavancagem”.

CSNA3 e CMIN3 valem a pena?

A Genial elevou recentemente o preço-alvo para a CSN, de R$ 15 para R$ 16,20, na expectativa de que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia melhorará em 2023, principalmente na divisão de cimentos. A recomendação, no entanto, segue como “manter”.

Sobre o rating, a corretora comenta que precisa ver disciplina por parte da holding na hora de escolher entre crescer, pagar dividendos e diminuir a alavancagem.

No caso da CSN Mineração, o preço-alvo foi reduzido de R$ 5 para R$ 4,80. Porém, a Genial deu um salto de confiança e manteve a recomendação de “compra” para a mineradora, esperando que a empresa não revisite mais seus guidances para baixo.

“Esperamos ver a continuidade da resiliência de custo C1 que observamos no terceiro trimestre de 2022, do qual preferiremos a eficiência demonstrada pela CMIN do que o que observamos do seu competidor de maior porte, a Vale”, reforça.

A corretora segue gostando da tese de crescimento da CSN Mineração e acredita que existe valor considerável a ser destravado – mas depende da postura da empresa de começar a executar seus projetos dentro dos prazos para atrair a confiança dos investidores.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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