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Ibovespa (IBOV) reduz perdas, mas ainda fecha em queda com recuo de petroleiras

05 jul 2022, 17:08 - atualizado em 05 jul 2022, 20:01
Ibovespa, Mercados, Açóes, B3
Ibovespa tem mais uma sessão negativa nesta terça-feira (5), pressionado por ações do setor de óleo e gás (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em sessão de elevada volatilidade, o Ibovespa (IBOV) fechou esta terça-feira (5) em queda.

O índice de referência da B3 (B3SA3) encerrou o dia com desvalorização de 0,32%, a 98.294,64 pontos. No patamar mais baixo do pregão, chegou a cair mais de 2%, a 96.499,42 pontos, renovando mínima intradia desde 3 de novembro de 2020.

O volume financeiro no pregão desta terça somou R$ 23,1 bilhões.

Grande parte do movimento de baixa veio dos mercados norte-americanos, que viram S&P 500 e Nasdaq reverterem a tendência negativa no fim da tarde.

Preocupações quanto a uma possível recessão nos EUA pressionaram as Bolsas hoje, enquanto investidores aguardam a divulgação nesta quarta (6) da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), que levou a uma elevação em 0,75 ponto percentual da taxa de juros, a 1,5-1,75% ao ano.

A maior pressão para o Ibovespa veio das empresas do setor de óleo e gás, que derreteram em meio à queda dos preços do petróleo.

Na ponta positiva, destaque para os papéis de varejo, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3). Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, afirma que essas ações estavam “extremamente repassadas” e passaram hoje por um processo de repique.

“Na minha visão, o mercado entende que, com queda abrupta do petróleo e commodities, é de se esperar uma queda da inflação e, consequentemente, um alívio em relação às expectativas de o BC não precisar continuar subindo juros”, explica.

Segue no radar do mercado o risco para o cenário fiscal do país com os desdobramentos da PEC dos Auxílios.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Queda do petróleo

Esta terça foi de forte queda para o petróleo, à medida que crescem os temores de que uma possível recessão global diminua a demanda pela commodity.

Os contratos futuros do petróleo Brent para setembro chegaram a despencar mais de 10% hoje, com o barril atingindo US$ 101,14 na mínima do dia.

Segundo o Citigroup, o petróleo pode cair para US$ 65 o barril até o fim deste ano – e para US$ 45 em 2023 – se houver uma recessão que prejudique a demanda.

A perspectiva é baseada na ausência de qualquer intervenção dos produtores da Opep+ e um declínio nos investimentos em produção, de acordo com o relatório do banco.

A queda do petróleo nesta terça puxou as ações de petroleiras brasileiras para baixo.

Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 4,27% (ordinários) e 3,81% (preferenciais), enquanto PetroRio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3), PetroReconcavo (RECV3) e Enauta (ENAT3) registraram perdas de 7,11%, 7,44%, 5,66% e 4,39%, respectivamente.

PEC dos Auxílios

O relator da PEC na Câmara, deputado Danilo Forte (União-CE), disse ontem que queria realizar algumas mudanças no texto: suprimir dispositivos que estabelecem o estado de emergência e incluir motoristas de aplicativos, como Uber e 99, dentre os beneficiários de novos auxílios.

No entanto, Forte, convencido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou atrás e deve manter o texto aprovado no Senado após o Palácio do Planalto se mostrar disposto a impedir qualquer mudança na proposta.

O deputado disse que vai manter o estado de emergência, podendo acrescentar o termo “comoção social”.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta terça que a intenção do Executivo é votar a PEC da forma como passou no Senado, sem alterações.

Segundo Barros, o texto da PEC será incluído na PEC do Etanol na comissão especial para votar em plenário a soma dos dois textos.

A PEC aprovada no Senado viabiliza a criação de benefícios a caminhoneiros e taxistas e amplia auxílios já existentes.

A proposta, chamada de PEC dos Auxílios ou PEC “Kamikaze”, cria um auxílio de R$ 1 mil para os caminhoneiros autônomos, além de um benefício ainda sem valor para os taxistas.

O texto também amplia o Auxílio-Brasil para R$ 600 e o vale-gás para R$ 120 a cada dois meses.

Além disso, foi acrescentado no texto um aumento de R$ 500 milhões na verba do programa Alimenta Brasil, de compra de alimentos de pequenos produtores e povos indígenas pelos órgãos públicos.

Destaques da Bolsa hoje

PETROBRAS ON (PETR3) e PETROBRAS PN (PETR4) perderam 4,27% e 3,81%, respectivamente, afetadas pelo tombo de cerca de 9% do petróleo nesta terça-feira, na maior queda diária desde março, por crescentes temores de uma recessão global e lockdowns na China que podem reduzir a demanda. No setor, 3R PETROLEUM ON (RRRP3) cedeu 7,44% e PETRORIO ON (PRIO3) caiu 7,11%.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) saltou 11,74%, reagindo após ter renovado mínima intradia desde dezembro de 2017, a R$ 2,03, em movimento generalizado no setor. VIA ON (VIIA3) disparou 11,48% e AMERICANAS ON (AMER3) avançou 9,73%. Operadores citaram como suportes desde ajuste técnico a expectativas de mais dinheiro na economia com a PEC dos Benefícios.

PETZ ON (PETZ3) avançou 8,65%, a 10,43 reais, após atingirem uma mínima histórica intradia a R$ 9,42. Analistas do Goldman Sachs iniciaram a cobertura da companhia com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 16.

VALE ON (VALE3) perdeu apenas 0,5%, em dia de avanço dos contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, com o mercado em alta pela primeira vez em quatro sessões devido às expectativas de tarifas mais baixas dos EUA sobre produtos chineses. No setor, CSN MINERAÇÃO ON (CMIN3) mostrou declínio de 2,16%.

BRF ON (BRFS3) valorizou-se 7,67%, apoiada por relatório de analistas do BTG Pactual, que elevaram o preço-alvo das ações para R$ 20, de R$ 17 anteriormente, bem como avaliaram que a performance de curto prazo da companhia pode surpreender do lado positivo. Ainda assim, os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin reiteraram recomendação ‘neutra’.

SUZANO ON (SUZB3) caiu 2,92% e KLABIN (KLBN11) perdeu 1,93%, em sessão de queda para ações atreladas a commodities na B3.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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