Colunista Vitreo

Pré-mercado: A metade da laranja

24 jun 2021, 8:54 - atualizado em 24 jun 2021, 8:54
Refletindo sobre o intrincado labirinto de riscos que Brasília ainda guarda / Labirinto Verde (2017)

Bom dia, pessoal!

Esta quinta-feira é de grande importância para os EUA.

Hoje, depois de chegar a um aparente acordo, os membros do grupo bipartidário que negocia a proposta de infraestrutura de cerca de US$ 973 bilhões para os próximos cinco anos pretendem apresentar para Joe Biden a estrutura do pacote acordado.

Espera-se que o pacote inclua financiamento para melhorias em estradas, pontes, trânsito, aeroportos e infraestrutura aprimorada para banda larga, água e veículos elétricos.

O desfecho pode ter desdobramentos pesados para os mercados internacionais.

A agenda também é importante para o Brasil, devendo afetar principalmente a curva de juros e câmbio.

A ver…

Não pode comemorar

Vocês já perceberam que vivemos em paz nos mercados quando Brasília não atrapalha? O Brasil funciona apesar da capital federal.

Os ruídos políticos ameaçam voltar para o radar, podendo prejudicar a expectativa de aprovação das reformas esperadas para o segundo semestre.

A saída de Salles do Ministério do Meio Ambiente, a confirmação pelo STF da parcialidade do juiz Sérgio Moro (apesar da condenação ter sido confirmada por vários outros juízos na sequência) e o imbróglio da Covaxin prometem trazer volatilidade para os mercados, em especial este último item, que ganhou relevância ontem.

Além disso, as projeções mais agressivas para a Selic (elevação de 100 pontos-base ao invés de 75) serão avaliadas com lupa hoje depois da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e da entrevista de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, na véspera da entrega dos dados oficial de inflação prévia, o IPCA-15, marcada para amanhã.

Ativos de risco podem ponderar mais estresse ao longo dos próximos pregões em meio aos riscos e a tensão política de Brasília, o caso envolvendo a vacina Covaxin e o medo de um racionamento de água e de energia.

Intriga no Fed?

Os aumentos das taxas de juros estão soando cada vez mais como um evento de 2022 e os formuladores de políticas do Federal Reserve estão fazendo o possível para acostumar os investidores com a ideia.

Embora o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) tenha sido menos enfático em seu posicionamento, membros do Fed vêm colecionando novas declarações, contrariando a ideia que Powell tenta transparecer.

Na sexta-feira passada, por exemplo, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, sugeriu que os aumentos das taxas provavelmente precisam começar em 2022, tendo que vir a público na segunda-feira (21) se retratar.

Ontem (23), Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, contrariando o que era esperado (menos ruído e mais alinhamento com seu chefe), defendeu o “tapering” (redução do nível de compra de ativos) e a alta dos juros nos EUA já no fim de 2022, o que piorou a performance dos ativos nos EUA.

A fala chama a atenção por não conversar com o que Powell havia falado no dia anterior, ou o que John Williams, presidente do Fed de NY, havia ponderado na segunda.

Assim, uma mudança na taxa já em 2022 está cada vez mais embutida nas projeções dos investidores – os futuros implicam agora uma chance de 41% de pelo menos um aumento de taxa até a reunião do Fed de julho de 2022, ante 28% de probabilidade um mês atrás e apenas 12% de chance no início do ano.

Diálogo russo

Dois dos mais importantes líderes europeus, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron, sugeriram um novo início nas relações entre a União Europeia e a Rússia.

Por isso, os líderes da UE se reúnem hoje e discutirão justamente essa possibilidade de reaproximação.

O motivo desse movimento?

Lemos alguns:

i) a Rússia tem pressionado o preço do gás na Europa ao restringir a oferta, fazendo com que um diálogo mais amistoso fosse proveitos para a cesta de consumo europeia (gás mais alto eleva a inflação);

ii) apoio contrário à decisão da Hungria em relação à aprovação da legislação anti-LGBT; e

iii) fortalecimento do eixo Ocidente-Oriente, de modo a criar um maior isolamento chinês, em linha com o que foi discutido no encontro do G7 e da OTAN na semana passada.

Anote aí!

O dia está bastante agitado lá fora e no Brasil.

Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE) anuncia sua decisão de política monetária.

Espera-se que o banco central mantenha sua taxa básica de juros em 0,1% – esta é a última reunião do economista-chefe Andy Haldane e nenhum sucessor foi anunciado ainda.

Ainda no velho continente, o índice de sentimento das empresas é devido, podendo impactar a performance dos ativos – ontem, foram os PMIs que balançaram os mercados ao serem entregues acima do esperado.

Nos EUA, teremos mais uma leitura do PIB do primeiro trimestre em sua terceira e última estimativa. Os economistas projetam uma taxa de crescimento anual dessazonalizada de 6,4%.

Além disso, vários Fed boys estão marcados para falar, chamando a atenção geral – parece haver um enfrentamento no interior da instituição para apressar a normalização.

No Brasil, ficamos no aguardo do RTI e na expectativa para o IPCA-15, a ser divulgado amanhã, que já está gerando pressão desde hoje. Novos desdobramentos de Brasília podem voltar ao radar.

Muda o que na minha vida?

O primeiro semestre de 2021 foi marcado pela utilização em excesso de jargões de mercado que envolvem animais. Exemplifico-me com a fatura a seguir.

O Banco Central do Brasil vai caminhar em direção a uma postura mais “hawkish”. Já o Federal Reserve, apesar das pressões internas, ainda mantém a abordagem “dovish” em sua política monetária.

O mercado se recupera do choque do ano passado no que tem sido mais um “bull market” para os ativos de risco. Mas até quando essa alta vai continuar? Estaríamos próximo de mais um final de ciclo e na entrada de um “bear market”?

Enfim, deu para perceber que, muitas vezes, parecemos estar vivendo como Noé, entre os animais. Para esclarecer um pouco dessa terminologia, explicaremos abaixo cada um deles.

Animais de política monetária

Em meio a tanto estímulo monetário, acompanhar as decisões dos bancos centrais tornou-se uma atividade corriqueira para os investidores.

No ano passado, as autoridades do mundo inteiro, em resposta à pandemia, abriram as portas do gasto, visando estimular a economia.

Quando as taxas de juros são jogadas para o chão, como aconteceu, e os programas de compra de ativos são elevados, aumentando a liquidez da economia, dizemos que a postura adotada é a “dovish” (vem de “dove”, ou pombo em português) – pombos vivem ciscando o chão, assim como a posição das taxas de juros (bem baixinhas).

Agora, se porventura essa abordagem for alterada e as autoridades não entenderem que os estímulos são mais necessários, um processo de enxugamento monetário (de liquidez) é iniciado.

Elevar a taxa de juro e reduzir os programas de compra de ativos são posturas “hawkish”, ou contracionista (“hawk” significa “falcão”) – a referência é para o voo da ave, que voa bem alto, assim como o posicionamento das taxas de juros.

Animais de performance dos ativos

The Charging Bull ou Touro de Wall Street, no distrito de Manhattan, Nova York, EUA, 16 de janeiro de 2019.
Bull market indica mercado em alta (Imagem: Reuters/Carlo Allegri)

No mundo animal, as posições de ataque foram observadas pelos financistas para inspirar o ritmo dos ativos de risco, em especial as ações.

Em um mercado de alta, dizemos que vivemos um “bull market”, pois o ataque do touro (“bull” em inglês) é de baixo para cima (sentido de alta dos ativos).

Já em uma inversão de sentido, quando as ações param de se valorizar e como as verificar sucessivas correções, dizemos que entramos em um “bear market”, inspirado no ataque do urso (“bear” em inglês), que ataca de baixo para cima (sentido de queda dos ativos).

Fique de olho!

Custódia Remunerada Vitreo!

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Depois que isso acontecer, você pode deixar todo o restante na nossa mão, que a gente faz por você.

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Atenção:

O serviço de empréstimo de cotas de FII não pode ser utilizado pelo investidor pessoa física que seja titular de (i) cotas que representem 10% (dez por cento) ou mais do total das cotas do fundo ativo-objeto do empréstimo; ou (ii) cotas que lhe deem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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