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Única na Bolsa: qual é o negócio da Terra Santa Propriedades Agrícolas?

24 set 2021, 15:52 - atualizado em 31 mar 2022, 19:29
José Humberto Teodoro
Terra Santa Propriedades Agrícolas atua em um mercado muito demandante: o arrendamento de terras — algo que está cada vez acessível aos investidores em geral –, explica o CEO José Humberto Teodoro (Imagem: Divulgação/Terra Santa Propriedades Agrícolas)

Com uma área superior a 80 mil hectares, sendo 39,2 mil deles destinados efetivamente ao plantio, a Terra Santa Propriedades Agrícolas (LAND3) é a única empresa listada na B3 (B3SA3) que é exclusivamente imobiliária rural, com um portfólio de sete fazendas, cinco delas arrendadas à SLC Agrícola (SLCE3).

“Têm outras empresas como, a própria SLC que comprou a nossa operação agrícola, que possuem fazendas. O diferencial é que não temos operação. Então, todas as nossas propriedades estão arrendadas e esse é o nosso negócio”, comenta o CEO José Humberto Teodoro em entrevista exclusiva ao Agro Times.

Como primeiro passo apontado pelo executivo, é preciso educar o investidor em geral sobre o que é e como funciona o negócio de compra e arrendamento de terras cultiváveis, já que muitos não estão familiarizados com a relação de risco e retorno do segmento.

“Quem investe no mercado financeiro há algum tempo já conhece empresas como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Itaú (ITUB4). Na outra ponta, o mercado agro tem ganhado cada vez mais relevância na Bolsa de Valores brasileira, ainda que uma participação muito tímida em relação ao que o agronegócio representa no PIB brasileiro”, explica.

De acordo com a divulgação mais recente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) espera que o Produto Interno Bruto do setor agropecuário brasileira cresça 1,2% neste ano e, em 2022, projeta-se alta de 3,3%.

Vale lembrar que em 2021, houve um movimento forte de companhias agro que realizaram suas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), tais como: Raízen (RAIZ4), 3tentos (TTEN3), Boa Safra (SOJA3), entre outras — informações adicionais que o investidor pode encontrar na Central dos IPOs.

Mas, no caso da Terra Santa Propriedades Agrícolas, o capital da companhia já estava aberto ao mercado desde 2006, a mudança no business da companhia decorre da reorganização societária e incorporação das operações agrícolas pela SLC.

Desde o dia 02 de agosto, as ações da empresa — agora exclusivamente imobiliária rural — passaram a ser negociadas sob o código (LAND3).

Nova fase

Soja
A intenção da companhia é utilizar o lucro dos arrendamentos de terras na distribuição de dividendos (Imagem: Reuters/Roberto Samora)

Segundo o CEO, a venda da operação agrícola foi motivada, entre outros fatores, para resolver um ponto crucial: a questão de endividamento da Terra Santa Agro, pelo histórica da companhia ter sido formada pela fusão entre três empresas.

Portanto, a Terra Santa Propriedades Agrícolas, fica só com a com a razão imobiliária rural (terras), sendo uma empresa nova no mercado muito demandante, e bastante desalavancada, favorecendo o pagamento de dividendos aos acionistas.

Levando em conta o volume esperado de 39,9 mil toneladas de soja e o valor médio do grão a R$ 140 por saca de 60 quilos — que indexa os contratos de arrendamento com a SLC –, Humberto prevê nesta safra um faturamento na casa dos R$ 90 milhões à Terra Santa.

A intenção da companhia é utilizar o lucro dos arrendamentos de terras na distribuição de dividendos. Para financiar o crescimento da empresa, está no radar da empresa ofertas de ações (follow-on, na sigla em inglês), fusões e incorporações além da venda de propriedades.

“O mercado imobiliário o investidor já encontrava na Bolsa de Valores, mas exposição exclusiva ao setor imobiliário rural não havia. A forma que se tinha para investir em terras era de fato adquirir uma fazenda — movimento muito restrito ao milionários. Portanto, a Terra Santa Propriedades Agrícolas oferece para todos os investidores em geral a maneira de fato investir em terras agrícolas e arrendá-las”, conclui Humberto.

Em quais ações apostar com a queda das commodities?

A queda das commodities está prevista pelos analistas para acontecer nos próximos meses, o que deve causar uma forte reorganização nos ativos das carteiras de diversos investidores.

Mas em quais ações você deve apostar nesse cenário?

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Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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