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Alex Nascimento: a impressionante valorização do bitcoin

26 jan 2021, 14:35 - atualizado em 26 jan 2021, 14:36
Entenda, neste artigo por Alex Nascimento, cofundador do UCLA Blockchain Lab, qual foi a trajetória de preço do bitcoin em 2020 e por que poderemos esperar por preços ainda mais impressionantes em 2021 (Imagem: Unsplash/executium)

Desde sua origem em 2009, o interessante mercado de bitcoins é caracterizado tanto por seus ganhos estrondosos quanto por desvalorizações expressivas do ativo.

Encerrando o ano de 2020 com uma valorização de 300%, os preços atingidos pelo BTC se compararam apenas ao aumento meteórico de valor do moeda em 2017, quando o criptoativo havia alcançado seu valor recorde de US$ 20.078, no fim do mês de dezembro.

Em 2017, esse recorde no preço se deu a partir de investidores, que especulavam a respeito da moeda, e dos investimentos em projetos de emissão de tokens a partir da plataforma Ethereum e suas campanhas de oferta inicial de moeda (ICOs), que foram principalmente impulsionadas por investidores varejistas que procuravam enriquecer rapidamente.

Já no primeiro trimestre de 2018, o valor do BTC e do mercado cripto começa a derreter rapidamente após a Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC) se pronunciar, considerando a grande maioria das ICOs como oferta de valores mobiliários não regulamentadas, iniciando o cripto-inverno.

Os anos se passaram… O valor do bitcoin, que era de cerca de US$ 3,2 mil em dezembro de 2018, passou a ser negociado por R$ 20,6 mil ao final de 2020, terminando um longo período de incertezas no mercado de criptomoedas

Intervenções externas em 2020, como a pandemia do coronavírus, contribuíram para a redefinição do mercado de bitcoins conforme investidores começaram a transferir seus investimentos lastreados em moedas fiduciárias para a criptomoeda.

Para evitar taxas de juros e inflações descabidas, o investimento em bitcoin é fundamental a longo prazo (Imagem: Freepik/rawpixel.com)

Buscando proteger seus investimentos do alcance de governos do mundo inteiro — que continuam criando programas de estímulo fiscal por meio da impressão de dinheiro, ofertas de empréstimos e redução de taxas de juros —, hoje, investidores mundo afora buscam, no BTC, uma proteção, um mercado tradicional inflacionado.

Com a aproximação de uma segunda onda do vírus, a bolsa de valores Dow Jones teve uma queda de 300 pontos enquanto o bitcoin atingia mais de US$ 23 mil em dezembro, subindo US$ 4 mil em quatro dias.

Além da demanda por investidores de varejo, a valorização do bitcoin também se dá devido ao crescente entusiasmo de investidores institucionais em participar do mercado e à mudança na interpretação do ativo criptografado por investidores profissionais.

Instituições como PayPal, Citibank, JPMorgan, Deutsche Bank, Guggenheim Partners, Fidelity, Square e MicroStrategy, recentemente se declararam a favor de investimentos e pagamentos em bitcoin, validando a tese de o BTC ser considerado o “ouro digital”.

Em 2020, a empresa Fidelity Investments, focada na gestão e pesquisa de investimentos e impulsionada pelo crescimento do mercado, legitimou o bitcoin como uma reserva de valor, capaz de oferecer proteção contra a inflação e a vulnerabilidade do dólar, além de preservar e aumentar a riqueza no longo prazo, o que contribuiu para a mudança maciça no mercado cripto, incluindo um amplo interesse de investidores institucionais.

Essa mudança de percepção sobre o valor do BTC foi incisiva quando a multinacional PayPal anunciou que iria oferecer, aos seus 285 milhões de clientes, ferramentas para a compra, a venda e o armazenamento de bitcoin, além de ter adquirido 70% de todos os novos bitcoins gerados nos últimos meses de 2020.

 

Dessa forma, o valor da moeda aumentou em 15%, atingindo US$ 12.970,65 em outubro e intensificando o interesse de investidores institucionais.

Outra empresa que contribuiu para a elevação no preço do bitcoin foi a MicroStrategy, empresa de aplicativos de Business Intelligence (BI, ou inteligência comercial), listada na Nasdaq (MSTR).

Constantemente, a empresa tem adquirido bitcoins como forma de preservar o valor do capital a longo prazo, obtendo 70.784 BTC.

Esse investimento contínuo ajudou a elevar o valor da criptomoeda, bem como as ações da empresa, que apreciaram de US$ 140, em agosto de 2020, para US$ 631, em janeiro deste ano.

A participação de investidores institucionais, junto com o crescente aumento de investidores de varejo no mercado de bitcoins, tem produzido um rali surpreendente na valorização da moeda, como também em sua variação de preços neste primeiro mês de 2021:

– 3 de janeiro: pela primeira vez, o bitcoin atingiu US$ 33.177 devido ao interesse de grandes investidores;

– 4 de janeiro: a moeda recua seu valor em 12%, atingindo US$ 29.316. Horas depois, o bitcoin passou a ser negociado por US$ 31.420. Especula-se que essa alteração foi devido à busca por lucro a curto prazo por corretores;

– 6 de janeiro: o bitcoin atinge um novo recorde, US$ 40.367. Entretanto, poucas horas, depois o valor sofreu uma retração para US$ 38.885, mas ainda com alta de 9,1% em relação ao dia anterior;

– 7 de janeiro: o valor de mercado global de criptomoedas atinge US$ 1 trilhão pela primeira vez. O bitcoin passa a representar 69% do mercado (US$ 700 bilhões) sendo negociado a US$ 40.180;

– 8 de janeiro: o bitcoin atinge novo recorde, sendo negociado a US$ 41.986.

De acordo com analistas de mercado, essa lucratividade excepcional em oito dias se deve à inclusão de grandes investidores institucionais no mercado de criptomoedas e de investidores de alto perfil, como Paul Tudor Jones e Stanley Drucknmiller, que adquirem bitcoin constantemente.

(Imagem: TradingView)

Em contrapartida, houve uma queda no valor do bitcoin nas últimas semanas, devido ao aumento da demanda por “hedges” e opções de venda:

– 18 de janeiro: o bitcoin sofre uma desvalorização abaixo de US$ 35 mil, valor adotado como piso de mercado atual;

– 19 de janeiro: contratos de opções de venda têm atraído a atenção de investidores, até que um deles comprou mais de 600 contratos com vencimento em 29 de janeiro. Neste dia, o valor do bitcoin atingiu US$ 37,3 mil;

– 20 de janeiro: contratos de opções de venda de US$ 32 mil e US$ 36 mil tiveram alta demanda, fazendo o bitcoin recuar, mais uma vez, para US$ 34,5 mil;

– 21 de janeiro: temendo por novos riscos de queda, investidores adquirem mais de 380 contratos de US$ 30 mil com vencimento em 29 de janeiro, uma vez que a moeda digital teve novamente uma desvalorização, chegando a US$ 29,5 mil.

Mesmo diante deste rali e oscilação em retrações de valor, alguns especialistas do mercado de criptomoedas continuam confiantes quanto ao aumento do preço do bitcoin para 2021:

Mike McGlone, estrategista de commodities da Bloomberg Intelligence, acredita que o bitcoin poderá acrescentar mais um zero ao seu valor em dois anos;

Chamath Palihapitiya, da Social Capital, acredita que a moeda digital irá atingir US$ 200 mil, talvez em cinco ou dez anos, devido aos estímulos fiscais;

O banco JPMorgan pressupõe que o bitcoin pode atingir US$ 146 mil no longo prazo, uma vez que concorre com o ouro como um ativo alternativo;

Analistas do Citi presumem que o bitcoin poderá atingir US$ 318 mil em dezembro de 2021, devido a alterações na política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos durante a pandemia do coronavírus;

Para os gêmeos Winklevoss, o valor do Bitcoin poderá alcançar US$ 500 mil, uma vez que a moeda seria a única forma atual de proteção de longo prazo contra a inflação.

Entretanto, a eleição presidencial americana também pode interferir fortemente no mercado de criptomoedas.

O presidente eleito Joe Biden está preparando um novo projeto de estímulo fiscal, ocasionado pela pandemia. O projeto prevê investimentos com infraestrutura e estímulos monetários que atingem US$ 3 trilhões.

Esse estímulo levaria mais liquidez ao mercado, mas afastaria investidores, pois estes se interessariam em criptomoedas como estratégia de hedge contra inflação, gerando novos aumentos no preço do bitcoin.

Mais recentemente, o Gabinete de Controladoria da Moeda do Tesouro dos Estados Unidos (OCC), aprovou que bancos e associações de poupança federais possam usar novas tecnologias como stablecoins e INVNs (redes de verificações de nós independentes) para realizar pagamentos e outras atividades.

Essa declaração demonstra uma posição amigável em relação às criptomoedas como base para futuros sistemas de pagamentos e serviços financeiros.

Assim, diante deste rali, comerciantes e investidores buscam incessantemente por informações que indiquem como será o mercado de bitcoins em 2021.

Em 2021, vemos um crescimento no interesse por bitcoin. A moeda tem conquistado mais investidores, resultando em uma valorização acelerada.

Essa mudança de percepções do BTC — para um ativo denominado como reserva de valor e pela participação de investidores institucionais — contribuiu para que o mercado transforme a maneira como todos veem criptomoedas em geral. 

Embora este seja um mercado descentralizado, seus participantes continuam investindo e demonstrando que o bitcoin pode ser um ativo que representa um novo lastro de valor, se desvencilhando do dólar americano.

Apesar de alguns governos fazerem declarações que causem um impacto negativo no valor da moeda, o BTC se mostra capaz de se recuperar rapidamente, proporcionando uma perspectiva otimista e de grande crescimento para 2021, dando segurança, ao seu portador, de estar fora do alcance de riscos inflacionários, com oportunidades de valorização da moeda como nunca visto antes.

Cofundador do UCLA Blockchain Lab
Professor de Blockchain & STOs na universidade americana UCLA e também é cofundador do UCLA Blockchain Lab. É autor do livro The STO Financial Revolution. Alex é um profundo conhecedor do mercado de valores mobiliários tokenizáveis.
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Professor de Blockchain & STOs na universidade americana UCLA e também é cofundador do UCLA Blockchain Lab. É autor do livro The STO Financial Revolution. Alex é um profundo conhecedor do mercado de valores mobiliários tokenizáveis.
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