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Cielo (CIEL3) ou Stone (STNE): Quem levou a melhor (até agora) na ‘Copa das Maquininhas’?

18 nov 2022, 19:34 - atualizado em 18 nov 2022, 19:34
Stone
Stone tem alta de 16% após resultados surpreendentes no terceiro trimestre (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

Os resultados trimestrais surpreendentes da Stone (STNE) continuaram ressoando no pregão de Nova York nesta sexta-feira (18), com o papel da empresa arrematando um ganho de cerca de 16,82%.

O crescimento de 90,5% do lucro líquido e o avanço de 70,7% da receita na comparação anual chegaram bem acima da projeção média dos analistas do mercado e contribuíram para apagar, ao menos parcialmente, o gosto amargo deixado pelo trimestre anterior.

Com a divulgação dos números positivos da Stone lançando um encanto nos investidores, a pergunta que paira é se a adquirência conseguiu fazer frente a sua principal competidora no segmento, a Cielo (CIEL3).

Para Larissa Quaresma, analista de ações focada em bancos e instituições financeiras da Empiricus, a Stone apresentou avanços importantes, mas as turbulências enfrentadas desde meados de 2021 não ficaram completamente para trás.

Confira agora os principais pontos de comparação entre os números apresentados por Stone e Cielo no terceiro trimestre.

Volume total de pagamentos: Stone sai na frente

Em termos do volume total de pagamentos, Quaresma entende que Cielo e Stone tiveram desempenhos parecidos. Enquanto a primeira cresceu 23% anualmente, a segunda avançou 25%.

Quaresma nota, no entanto, que a Stone mostrou uma qualidade maior nesse crescimento, amparado pelo aumento em 45% do volume total de pagamentos nas pequenas e médias empresas (PMEs). As pequenas e médias empresas são o núcleo do modelo de negócio e conferem à Stone a maior rentabilidade do seu portfólio.

Essa expansão mais que compensou a queda anual de 20% em grandes empresas, uma diminuição intencional da companhia, que está priorizando o crescimento junto a clientes que permitem melhor rentabilidade.

Expansão de take rate: 2×1 para a Stone

No jogo do take rate, a métrica referente ao quanto as adquirências arrecadam para cada transação, Cielo e Stone anotaram uma expansão. Quaresma nota que o aumento mais pronunciado ocorreu para a Stone: “+0,5 pp em PMEs e +0,3 p.p. em grandes empresas, versus um aumento consolidado de +0,03p.p. para Cielo, o que na prática é estável”.

A analista da Empiricus atribui a melhora do indicador à reprecificação da taxa de desconto (MDR) junto aos clientes. O fato de a maior fatia de clientes da Stone ser de pequenas e médias e empresas, contudo, confere à empresa uma margem de manobra mais elástica.

Base comparativa fraca é gol contra da Stone: 2×2

Apesar do ritmo forte da Stone no terceiro trimestre, a empresa ainda precisa lidar com uma base de comparação fraca, já que tanto o segundo quanto o terceiro trimestre do ano passado marcaram o auge do problema de inadimplência da empresa.

Na mesma época, Quaresma lembra que a empresa abriu as torneiras de seu cofre para a aquisição da Linx, empresa especializada em tecnologia para o varejo.

Como a Stone pode arrancar?

Ainda segundo a analista da Empiricus, para que a Stone mantenha o ritmo de jogo apresentado no terceiro trimestre, a empresa deverá continuar com a reprecificação racional e tempestiva da MDR sempre que o ambiente macroeconômico exigir.

Além disso, na frente de crédito, onde a companhia anunciou que pretende voltar a crescer, será necessário um controle extremamente disciplinado e cauteloso da inadimplência, principalmente no momento atual do ciclo de crédito (calotes subindo substancialmente) e dado o histórico da companhia nessa seara.

Para enfrentar as novas fases do campeonato, a Stone anunciou uma mudança de técnico. No lugar de Thiago Piau, um dos sócios fundadores da empresa, entra Pedro Zinner, membro do conselho diretor e ex-CEO da Eneva.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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