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Em nova proposta, desenvolvedor sugere “suave transição” da rede Ethereum à ETH 2.0

28 nov 2020, 11:25 - atualizado em 28 nov 2020, 11:25
O atual método proposto de compartilhamento de dados “apresenta uma complexidade desnecessária à camada de consenso” do blockchain, afirma o desenvolvedor (Imagem: Facebook/ConsenSys)

Com o iminente lançamento do “beacon chain” da Ethereum 2.0, o desenvolvedor Mikhail Kalinin publicou uma nova proposta que visa aliviar a “complexidade desnecessária” da rede e ajudar o blockchain Ethereum original a se fundir com sua nova versão, ETH 2.0, noticia o Decrypt.

Ethereum é uma plataforma blockchain conhecida por possibilitar o processamento e desenvolvimento dos mais diversos tipos de aplicações, baseadas em contratos autônomos (ou “smart contracts”), como novos protocolos, corretoras, criptomoedas, tokens, gatinhos virtuais

Porém, nos últimos anos, a rede passou por cada vez mais problemas, porque tenta processar milhares de transações referentes a todos esses projetos em seu blockchain, mas acaba ficando congestionada, apresentando altas taxas e longos intervalos de espera.

Assim, surgiu a ideia da Ethereum 2.0 (ETH 2.0) ou “Serenity”: uma rede secundária, capaz de lidar com toda a demanda computacional que a rede original não está sendo capaz de processar. Clique aqui para saber mais.

O lançamento da Ethereum 2.0, previsto para a próxima terça-feira (1º), começará com o “beacon chain” — um blockchain temporariamente separado, que apresentará um novo consenso de protocolo proof-of-stake (PoS) e irá coordenar a rede estendida de “repartições” (“shards”) e “investidores” (“stakers”).

A atual rede Ethereum (ou “ETH 1.0”) utiliza o mecanismo proof-of-work (PoW), em que a segurança da rede é garantida pela mineração de criptomoedas.

Alguns não consideram esse processo muito sustentável, então os desenvolvedores decidiram migrar para o mecanismo PoS, que pode aumentar a capacidade

Com PoS, a segurança da rede é garantida pela participação de validadores, que aplicam seus ativos à rede (“staking”) para comprovar seu comprometimento, sem terem que usar hardwares caríssimos para realizar a mineração.

Existe um algoritmo de consenso perfeito
para blockchains?

Inicialmente, os blockchains ETH 1.0 (PoW) e ETH 2.0 (PoS) irão operar paralelamente até o desenvolvimento da segunda versão da rede for completado — a duração prevista é de dois anos.

Enquanto isso, o plano é que o acesso aos dados da ETH 1.0 seja fornecido por meio de uma repartição de blockchain independente.

Porém, o desenvolvedor Mikhail Kalinin afirma que esse método “apresenta uma complexidade desnecessária à camada de consenso e aumenta o período de atraso entre dados publicados nas repartições e seu acesso na ETH 1.0”.

Sua proposta, intitulada “Beacon Chain Executável”, descreve um sistema onde os dados da ETH 1.0 poderiam ser diretamente incorporados aos blocos do Beacon Chain:

O mecanismo da ETH 1.0 é mantido por cada validador do sistema. Quando o validador propõe um bloco no beacon, solicita a criação dos dados ao mecanismo da ETH 1.0.

Em seguida, dados do ETH 1.0 são incorporados ao código do bloco “beacon” que está sendo produzido. Se os dados da ETH 1.0 forem inválidos, também invalida o bloco “beacon” que o incorporou.

Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, parabenizou Kalinin, chamando sua proposta de “excelente trabalho contínuo de [Mikhail Kalinin] sobre ‘a fusão’”.

Buterin acrescentou que “essa linha de pesquisa e desenvolvimento está sendo cada vez mais priorizada e realizada paralelamente ao ‘sharding’ e outras melhorias da ETH 2.0”.

Para que o “beacon chain” fosse lançado, usuários e demais entusiastas da rede tinham de aplicar ETH, a criptomoeda nativa da rede, a um endereço de contrato, que precisava atingir um limite de 524.288 ETH.

Conforme o limite necessário foi atingido na última terça-feira (24) e o endereço continua recebendo depósitos, agora a atenção está voltada para o lançamento do “beacon chain” no dia 1º de dezembro.

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