Bula do Mercado

Nem PEC nem Selic, a palavra que dita o rumo do Ibovespa hoje é outra

08 dez 2022, 8:00 - atualizado em 08 dez 2022, 9:34
Ibovespa
Ibovespa não se empolgou com aprovação da PEC mais enxuta e aguarda votação do texto na Câmara, após aprovação ontem no Senado (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa não se empolgou com a aprovação de uma PEC da Transição mais enxuta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e tampouco deve se animar hoje com a votação em dois turnos da proposta no Senado ontem à noite. De um modo geral, os mercados dão mais atenção ao risco de uma recessão global, em um ambiente de inflação e juros altos.    

Nesse cenário, fica difícil falar em rali de fim de ano. Afinal, o Banco Central manteve a Selic estável em nível elevado, indicando que a taxa básica deve permanecer em 13,75% por um tempo relevante. Porém, o Comitê de Política Monetária (Copom) mandou um recado à classe política e alertou que pode voltar a agir caso haja uma piora do lado fiscal.

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Com isso, o foco se desloca para a Câmara, onde a PEC precisa do apoio de 308 deputados, em dois turnos. Nos bastidores, o presidente da Casa, Arthur Lira, avisou que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto pode afetar a aprovação da proposta na semana que vem. Como já dito aqui, os dois assuntos têm tudo a ver.

O principal obstáculo é de que o texto seja modificado, o que adiaria para fevereiro o desfecho da tramitação no Congresso. Seja como for, o mercado doméstico parece já ter digerido o cenário base da proposta e vê com receio uma expansão das contas públicas sem um debate sobre a nova âncora fiscal do país. 

Recessão é a palavra-chave

Isso porque um aumento dos gastos não é condizente com um cenário de desaceleração da economia brasileira em 2023. Aliás, os sinais de perda de tração do crescimento são cada vez mais claros, o que poderia levar a um alívio na alta dos preços. Mas isso não deve instigar o Copom a iniciar um ciclo de cortes na Selic tão cedo

O mesmo se pode dizer em relação ao Federal Reserve. Aliás, o S&P 500 cravou ontem o quinto dia seguido de queda, na mais longa sequência de perdas desde outubro. Por lá, os investidores temem o potencial dano econômico causado pela inflação elevada nos Estados Unidos e a campanha do Fed para amortecê-la via aumento dos juros por um período prolongado. 

Portanto, os mercados globais vão se dando conta do perigo vindo da palavra que deve abalar o mundo em 2023: recessão. Os dados fracos da China reforçam essa preocupação. Um dia depois das exportações e importações mostrarem demanda fraca, tanto interna quanto do mundo, os números da inflação devem reforçar o baixo consumo e a interrupção da oferta no país. 

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O resultado efetivo dos preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) chinês sai hoje à noite, o que abre espaço para um alívio passageiro nas commodities e favorece uma tentativa de recuperação dos ativos de risco – ainda que momentânea.

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,03%; o do S&P 500 subia 0,15%; enquanto o Nasdaq avançava 0,26%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não abriu negociação no pré-mercado; nos ADRs, Vale subia 0,80%, enquanto o da Petrobras tinha alta de 0,63%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,17%; a bolsa de Frankfurt caía 0,13% e a de Londres recuava 0,11%, mas a de Paris subia 0,08%;

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,20%, a 105.31 pontos; o euro oscilava com -0,06%, a US$ 1,0501; a libra tinha queda de 0,37%, a US$ 1,2162; o dólar tinha alta de 0,21% ante o iene, a 136,91 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,452%, de 3,425% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,274%, de 4,271%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro caía 0,17%, a US$ 1.794,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,07%, a US$ 72,75 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,87%, a US$ 77,84 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em baixa de 0,13%, a 778 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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