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Vale (VALE3): A conta de R$ 25,7 bilhões que chegou do governo

28 jan 2024, 15:48 - atualizado em 28 jan 2024, 21:00
Vale
O contrato de Carajás, por exemplo, venceria em 2027, mas foi antecipado por mais 30 anos (Imagem: Divulgação)

O Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, cobrou R$ 25,7 bilhões da Vale (VALE3) por conta de uma outorga de concessão da Estada de Ferro Carajás e Vitória Minas, informa o Estadão.

De acordo com o jornal, a cobrança diz respeito a outorgas não pagas na renovação antecipada de contratos, que ocorreu ainda na gestão Bolsonaro, em 2020. O contrato de Carajás, por exemplo, venceria em 2027, mas foi antecipado por mais 30 anos.

A ofensa do governo é feita com base em uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que aprovou um acordo semelhante com a Rumo (RAIL3) de R$ 1,5 bilhão em pagamentos adicionais pela renovação da Malha Paulista.

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, os ativos não amortizados das companhias foram descontados indevidamente na renovação de contratos e que o entendimento do TCU sobre a Rumo é claro e se aplica aos demais casos.

“Nós estamos em busca de um direito. Já há um acordo com a Rumo e um voto condutor do TCU”, afirmou.

Procurado pelo Estadão, a Vale afirmou que recebeu a notificação e irá analisar o documento.

“A empresa continua cumprindo com as obrigações decorrentes da renovação antecipada das ferrovias Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro Carajás em 2020, tendo entregado 100% do compromisso cruzado da Fiol e adquirido os equipamentos necessários para expansão da oferta de trem de passageiros”, disse em nota.

  • Mais uma bolada bilionária da Vivo (VIVT3): Entenda como redução de capital de R$ 1,5 bilhão pode ir parar no bolso dos acionistas da empresa, e se vale a pena ter as ações para receber uma fatia; É só assistir ao Giro do Mercado abaixo:

Tempestade perfeita na Vale

A notícia vem em um período nada favorável para a mineradora. A ação despenca 9,8% no ano com a fraqueza do minério de ferro, que se somou a notificação da Justiça que a condena, juntamente com Samarco e BHP, a um pagamento bilionário.

Segundo a XP Investimentos, apesar da falta de clareza do novo potencial acordo de reparação, a Vale pode sofrer com um potencial impacto negativo de 3-12% nas ações considerando diferentes cenários.

“Nosso racional inclui considerar (ou não) um prazo de 10 anos para o pagamento integral do acordo de reparação (o que reduziria o valor do VPL [valor presente líquido] provisório a ser incluído no balanço da Vale) e considerar (ou não) o valor atual de US$ 3,2 bilhões para deduzir o acordo de reparação total a ser adicionado ao balanço da empresa”, afirma a corretora.

A possível indicação de Guido Mantega para o conselho da empresa também pesou. Porém, na sexta, o economista abriu mão da vaga, o que deixou investidores aliviados.

Na próxima semana, a empresa divulgará seu relatório de produção. Além disso, o mercado conhecerá seu novo CEO.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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