Bula do Mercado

Bolsonaro abaixa o tom, mas Powell não; e Fed é efeito colateral ao Ibovespa no pós-eleições

03 nov 2022, 7:40 - atualizado em 03 nov 2022, 7:40
Fundos de Investimentos
Ibovespa absorve resultado das eleições, mas deve sentir ventos contrários do exterior, após presidente do Fed manter tom duro sobre alta dos juros (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Ibovespa até que poderia voltar do feriado hoje respirando aliviado, após o presidente Jair Bolsonaro pedir o fim dos bloqueios de rodovias, um dia depois de interromper um silêncio que durava 44 horas. Porém, o tom ainda duro (“hawkish”) do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao afirmar que a taxa terminal de juros deve ser maior do que o imaginado anteriormente tende a manter a pressão nos negócios locais.

A fala dele se deu após o Fed elevar os juros em 0,75 ponto percentual (pp) pela quarta vez consecutiva, indicando, no comunicado que acompanhou a decisão, uma desaceleração no ritmo de aperto já a partir de dezembro. No mercado futuro dos Fed Funds, as apostas estão divididas, com chance ligeiramente majoritária (52%) para um aumento de 0,50 pp na última reunião deste ano.  

Contudo, na entrevista coletiva, Powell tratou de afastar qualquer expectativa de pausa ou mudança de postura (“pivô”) por parte do Fed no atual ciclo de alta dos juros, iniciado em março. Segundo ele, ainda há um longo “caminho a percorrer” para levar a taxa de juros para cima e trazer a inflação para baixo. 

Efeito colateral

Com isso, o Fed é o efeito colateral para o Ibovespa no pós-eleições. Depois de os mercados domésticos terem absorvido os resultados das urnas, os ventos contrários vindos do exterior devem abalar a bolsa brasileira. De quebra, o dólar também tende a ganhar força, depois de ter despencado 5% em apenas duas sessões, com o “gringo comprando Lula 3.0”.  

Lá fora, os índices futuros mantêm o sinal negativo exibido desde ontem. As bolsas de Nova York fecharam em forte queda na quarta-feira (2), contaminando o desempenho dos ativos brasileiros negociados ali. Portanto, Powell impõe um ajuste negativo ao Ibovespa na volta do feriado. 

Ontem, o principal fundo de índice (ETF) do Ibovespa caiu mais de 3%, ao passo que os recibos de ações (ADRs) também caíram firme. Vale tombou quase 5%, enquanto a Petrobras cedeu um pouco menos. Aliás, a estatal petrolífera divulga os resultados trimestrais nesta quinta-feira (3), após o fechamento do pregão. 

A safra de balanços é o grande destaque por aqui. Ainda assim, os investidores seguem atentos à transição de governo, buscando oportunidades de curto prazo, enquanto aguardam o tão esperado anúncio de quem será o ministro da área econômica a partir de 2023.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h30:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,35%; o do S&P 500 recuava 0,44%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,52%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 0,95%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,80%; a de Paris tinha baixa de 0,64% e a de Londres perdia 0,33%

Câmbio: o DXY tinha alta de 1,43%, a 112.94 pontos; o euro caía 0,78%, a US$ 0,9741; a libra caía 1,33%, a US$ 1,1242; o dólar subia 0,32% ante o iene, a 148,40 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,200%, de 4,105% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,729%, no maior nível desde 2007, de 4,607% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 1,70%, a US$ 1.622,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 1,39%, a US$ 88,70 o barril; o do petróleo Brent cedia 1,16%, a US$ 95,03 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 0,64%, a 631,50 yuans a tonelada.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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