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Como a Coinbase se tornou a principal porta de entrada à indústria cripto

14 abr 2021, 15:17 - atualizado em 14 abr 2021, 15:26
Confira um resumo do que foi debatido na live de comemoração da listagem da Coinbase, sobre como se deu a fundação da corretora, como o mercado cripto evoluiu desde 2012 e quais as missões da empresa para o futuro (Imagem: YouTube/Coinbase)

Nesta quarta-feira, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo foi listada no mercado de ações americanos.

A Coinbase (COIN), com uma receita recente de US$ 1,8 bilhão, poderá ajudar na adesão global do mercado cripto.

Para comemorar a listagem da corretora, Marc Andreessen (a16z) mediou um bate-papo com os principais executivos da empresa.

De início, Andreessen relembra que o protocolo Bitcoin veio ao mundo em 2009, criado por Satoshi Nakamoto em uma tentativa de fornecer autonomia às pessoas em meio a crises econômicas e qual foi o papel da Coinbase nesse novo mercado.

Em seguida, Brian Armstrong, CEO da Coinbase, relembra como ele entrou em contato com a indústria em 2020 ao ler o whitepaper de Nakamoto, que apresentava qual seria o conceito da criptomoeda e da rede.

Era como se fosse a coisa mais importante que eu li em anos. Eu fiquei muito fascinado e não conseguia parar de pensar nisso.

Comecei a ir para alguns eventos de bitcoin em São Francisco para aprender mais sobre isso e, em certo momento, comecei a trabalhar em um protótipo, à noite e durante os finais de semana, no que viria a se tornar a Coinbase.

Eu lembro que muitas pessoas com as quais conversei na época falavam que “isso não é uma boa ideia”, “isso parece ser um golpe” ou “o que é isso que você se envolveu?”.

O CEO Brian Armstrong afirma que seu fascínio pela indústria cripto o fez não desistir de criar uma empresa que atendesse as pessoas desse novo mercado (Imagem: YouTube/Coinbase)

Eu também me lembro de pensar “talvez eu esteja muito atrasado”, pois eu ia para esses eventos de bitcoin e já havia outras empresas de bitcoin na época mas, por algum motivo, eu não parava de pensar nisso.

Eu acho que o que realmente me fez começar a Coinbase para valer, e não apenas como um projeto noturno ou dos fins de semana, foi que eu entrei para o Y Combinator, recebi um cheque de US$ 150 mil e foi isso o que me deu a confiança para realmente entrar nessa e deixar o meu antigo emprego.

Segundo Armstrong, Fred Ehrsam, o cofundador da Coinbase, foi a escolha perfeita, pois ele precisava de alguém para dar continuidade à sua ideia, e Ehrsam foi quem “respondeu ao seu ‘batsinal’”.

Já Ehrsam falou que se deparou com o bitcoin em um blog de um professor da Universidade de Georgetown. Ele conta ter oferecido US$ 20 a um colega do Goldman Sachs para que emprestasse o celular para que ele pudesse comprar bitcoin.

Ele comenta que seus colegas no Goldman Sachs acharam que ele tinha ficado louco, mas fica feliz por terem entendido como esse mercado ascendeu nos últimos anos.

O cofundador Fred Ehrsam foi trader no grande banco Goldman Sachs em 2012 antes de se unir a Armstrong e trabalhar na criação da Coinbase (Imagem: YouTube/Coinbase)

Armstrong e Ehrsam se conheceram em um fórum na plataforma Reddit — rede social muito conhecida por unir muitos interessados por tecnologia.

Ehrsam explica que, ao longo do tempo, os bancos aprenderam que é importante ter muita integridade como uma marca para clientes e reguladores. Ele afirma que, em 2013, a FinCEN entrou em contato com a Coinbase e a corretora decidiu seguir o caminho contrário, tentando seguir os requisitos de compliance o mais a sério possível.

Andreessen pergunta se eles teriam feito algo diferente e Armstrong afirma que poderiam ter criado uma equipe mais rapidamente para focar na parte mais comercial da corretora e tornar-se mais eficiente. 

Ehrsam complementa que a Coinbase tentou se encaixar “a forma em que o mundo funciona hoje em dia em cripto como uma nova tecnologia, quando a realidade é que cripto estava mudando a forma como o mundo funciona e criando seu próprio mundo”.

Em seguida, Emilie Choi, presidente e diretora operacional da Coinbase, conta sua experiência de ter entrado para a corretora em 2018. Ela conta que, ao longo dos anos, o avanço da empresa se dá na tomada de decisões e comunicações internas para evitar problemas e solucioná-los de forma rápida.

Em 2018, Emilie Choi entrou como vice-presidente do setor comercial e de dados, mas se tornou presidente da corretora no fim de 2020 (Imagem: YouTube/Coinbase)

Andreessen questiona quais são os planos da Coinbase para a expansão internacional:

Nossa missão é criar liberdade econômica no mundo e não conseguiremos atingir isso se não formos um fenômeno global em ajudar cripto a ser adotada pelo mundo inteiro.

Acho que 25% de nossa receita vem fora dos EUA e vem principalmente da Europa. Achamos que existe uma grande oportunidade em todo o mundo, incluindo na Ásia, em que estamos finalizando nossa entrada no Japão, e acabamos de abrir [uma filial] em Cingapura.

Iremos adotar qualquer que seja a estratégia correta nesses mercados, seja ao criar parcerias ou via investimentos, estamos nessa.

Em seguida, Armstrong explica como o sucesso da corretora se deu no sentido das possibilidades oferecidas aos clientes:

É sabido que muitas pessoas que entram para cripto compram esse investimento — escasso, digital — e estão comprando na esperança de que seja útil no futuro. É claro: isso era no início da indústria cripto.

Mas, agora, cripto passou para essa segunda fase onde cripto é um novo tipo de serviço financeiro e as pessoas estão tentando negociá-las, tomando-as emprestado ou e as emprestando, ganhando dinheiro e realizando pagamentos on-line.

No futuro, cripto será uma plataforma de aplicativos, onde as pessoas poderão criar muitas coisas novas — redes sociais, sistemas de identificação, jogos etc.

Blockchains estão se tornando mais escaláveis — é como se a internet estivesse passando de discada para se tornar banda larga. As ferramentas estão se tornando cada vez mais utilizáveis, como o navegador da internet — em que Marc teve um grande papel nessa história.

A segurança e a privacidade nos blockchains estão melhorando, assim como a internet teve de acrescentar “HTTPS” e ícones de cadeados para que as pessoas se sentissem confortáveis ao utilizá-la no comércio.

É muito bacana ver essa indústria continuar a se desenvolver e desbloquear cada vez mais casos de uso.

Choi explica que a próxima missão da Coinbase é convencer reguladores que criptoativos são algo positivo para o mundo.

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