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As grandes figuras do mercado cripto para acompanhar de perto em 2021

29 dez 2020, 11:02 - atualizado em 24 dez 2020, 18:57
Confira, em excerto das “Criptoteses para 2021” da Messari, por Ryan Selkis, a segunda parte das dez principais pessoas do mercado cripto para acompanhar em 2021 (Imagem: Freepik/starline)

Parte 1

5) Brian Brooks

Brian Brooks, ex-diretor jurídico da Coinbase, teve um grande primeiro ano como controlador da moeda no OCC (que também pode ser seu último).

Suas cartas interpretativas de 2020 podem ter possíveis consequências para a indústria nos próximos anos se conseguirem evitar novas reviravoltas legislativas.

Brooks esclareceu que stablecoins reguladas e lastreadas em dólar poderiam ter seus depósitos implícitos custodiados por bancos americanos e que os próprios bancos poderiam custodiar outras formas de cripto. Extraordinário.

Ele foi ainda mais longe, propondo uma regra que proíbe que bancos discriminem indústrias como entretenimento adulto e cripto.

Ao pedir que bancos acolham “padrões quantitativos e baseados em risco” para apoiarem novos clientes, ele redefiniu os padrões para que clientes de mercados paralelos não fossem declarados culpados.

Existem outros players importantes a se acompanhar na “Insurgência do Bitcoin” em Washington. Hester Peirce, a “criptomãe”, está pronta para permanecer na SEC no futuro próximo enquanto o representante Jay Clayton irá sair.

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) perderá um grande defensor cripto, Brian Quintenz, mas escolheu Heath Tarbert, outro “bitcoiner”, como presidente.

Gary Gensler (líder da equipe de transição de Biden) e Lael Brainard (Federal Reserve) têm cargos de poder na administração de Biden e têm posturas relativamente positivas a cripto.

O senado americano possui sua primeira “hodler” de bitcoin do estado de Wyoming: Cynthia Lummis. Talvez duas, se Kelly Loeffler, ex-CEO da Bakkt, continuar em seu cargo após as eleições na Geórgia em janeiro.

Existe algo a ser dito sobre “educar os elegidos”, mas a verdade é que estamos em uma posição desfavorável há anos sem defensores de cripto elegidos ou escolhidos que já foram educados.

A sensação é que esse próximo ciclo cripto irá incluir aliados cripto mais informados (e interessados) do que no passado.

Lummis pode ser particularmente interessante pois seu estado possui muito interesse no sucesso contínuo de cripto via diversas iniciativas de blockchain. E falando em Wyoming…

6) Caitlin Long

Você não precisa ter um diploma em Direito para ter um grande impacto político em cripto e você não precisa ser um grande estado para ter um impacto político nacional.

Ninguém demonstrou tanto isso como Caitlin Long nesses últimos 18 anos, por meio de seu trabalho em Wyoming.

A ex-diretora executiva do Morgan Stanley e empreendedora cripto em série jogou perfeitamente o jogo de arbitragem regulatória, pavimentando o caminho para uma série de legislações favoráveis a cripto em Wyoming, a primeira senadora “bitcoiner” do país e a aprovação de novos bancos cripto para a contração de depósitos e completamente reservados (“instituições de depósitos para fins específicos”) na Kraken Financial e em sua nova startup, Avanti.

Long foi visionária em como imaginou serviços cripto americanos também em relação a Wall Street. Suas publicações anteriores sobre possíveis questões de rehipotecação que poderiam surgir no futuro.

A tendência de Wall Street em acrescentar alavancagem a qualquer coisa pode derrubar preços e acrescentar risco às redes de alicerce se ficar descontrolada… no futuro.

HODLers irão permitir a financialização baseada em alavancagem das criptomoedas?” é uma ótima pergunta que ela fez anos atrás. A resposta irá ditar se Wall Street ajudará a direcionar uma mega “bull run” ou arruinará a próxima.

7) Andre Cronje

Se Morgan Beller foi o “canário na mina de carvão” para o projeto de megastablecoins Libra em 2019, então Andre Cronje foi o canário do setor DeFi em 2020.

Ele é incansável e não há ninguém que melhor exemplifique a febre DeFi do que o desenvolvedor que realiza “testes durante a produção”. Isso para não dizer que Cronje joga de forma leviana e irresponsável.

Pelo contrário: seu projeto Yearn Finance pode ser considerada como a rede financeira de crescimento mais rápido de todos os tempos, disparando para uma valoração de rede de US$ 1 bilhão (com taxas reais e fluxos de valor para apoiá-la!) em poucos meses, e mostrando nenhum sinal de desaceleramento em relação a novos anúncios de produtos, integrações e, até mesmo, sessões de “perguntas e respostas do protocolo”.

O ponto fraco de Cronje é que, regularmente, ele quer sair da indústria por puro desgosto.

Fevereiro: “Desenvolver em DeFi é horrível… É caro, a comunidade é hostil e os usuários são privilegiados.

Agosto: “Estou prestes a abandonar tudo por raiva. Estou tão cheio e cansado desse setor.”

Ainda assim, ele não consegue largar cripto de vez.

Em vez disso, ele continuou a provar quão longe um desenvolvedor pode ir em criar novas aplicações valiosas no setor iterativo das finanças abertas e, agora, ele está operando em um outro nível, em comparação a seus semelhantes.

Nunca foi tão fácil ou lucrativo contribuir ao setor aberto de cripto, mas os produtos de 2020 têm uma grande diferença de 2017, quando as principais “inovações” eram violações de leis de valores mobiliários que prometiam uma fração do que Cronje realmente apresentou.

8) Hayden Adams e Rob Leshner

Maker pode ter sido o alicerce essencial na criação dos mercados de crédito, dos mercados de stablecoins DeFi e, é claro, a “bull run” DeFi de 2020.

Porém, foi a formadora automatizada de mercado Uniswap e os esquemas de “liquidity mining” da Compound que fizeram DeFi dispararem.

Hayden Adams (Uniswap) e Rob Leshner (Compound) estiveram bem à frente da curva em relação a melhores práticas, design focado no usuário e alinhamento com stakeholders. Valeu muito a pena.

Uniswap, apesar de (ou devido a) uma gigante distribuição a seus apoiadores iniciais, processou uma quantia equivalente à Coinbase em volume negociado em setembro e seu token passou por uma valoração alinhada com a última valoração privada da Kraken, poucos meses após o lançamento de seu token.

Da mesma forma, o protocolo de mercados monetários Compound acumulou bilhões em garantias bloqueadas e seu token de governança também atingiu um status de unicórnio.

Esses dois empreendedores também estão prontos para liderar o caminho em 2021 e também conseguiram lidar com seus adversários agressivos.

Adams e Leshner (e Cronje) parecem ser os líderes DeFi mais adequados para responder a preocupante pergunta: “como construir proteções no entorno de mercados financeiro de código aberto”?

9) Anônimos

(Imagem: Crypto Times)

Em 2019, as iniciativas de bifurcação e tokenização de Justin Sun chamaram a atenção de todos. Em 2020, foram os ataques de vampiro, bifurcações de tokens com nomes de comida e puxadas de tapete.

Se você é uma pessoa normal, com uma carreira respeitável e a frase acima não fizer sentido, você é bem melhor que nós.

Mas contribuidores anônimos/pseudônimos tiveram um grande ano em DeFi, apostando novos tokens por pagamentos em milhões de dólares (Blue Kirby), roubando valor — e liquidez — de outras equipes (Chef Nomi, 0xc4ad) por pagamentos ainda maiores e simplesmente fugindo com fundos de usuários quando não estão se sentindo criativos (foram muitas liquidações para incluir aqui).

Se você quiser um gostinho do que aconteceu em 2020, leia “As crônicas do SushiSwap”. Senão, você pode poupar seu tempo ao simplesmente apreciar que, em 2020, pseudônimos voltaram à moda.

Até mesmo grandes desenvolvedores, como Erik Voorhees (ShapeShift), gostariam de relançar seus projetos de forma completamente anônima.

A anonimidade não foi de todo negativa. O “Twitter DeFi” também teve excelentes pseudoprodutores, como “DegenSpartan” e “CeterisParibus”.

Agora, Square contratou o desenvolvedor da LightningZmnSCPxj” e a Paradigm acrescentou “samczsun”, grande pesquisador de pesquisa DeFi (e eterno salvador do setor) à sua equipe principal.

Não vamos esquecer dos dois maiores vencedores do setor de fusões e aquisições (M&A) da indústria: os fundadores da Poloniex e do CoinMarketCap, que continuaram anônimos apesar dos US$ 400 milhões que, reinvestidos em cripto, poderiam torná-los em dois dos bilionários mais desconhecidos do mundo.

10) Danny Ryan

Vitalik pode ser o rosto da Ethereum, mas foi Danny Ryan, o pesquisador da Ethereum Foundation, que ficou famoso em 2020 devido à grande atualização da Ethereum 2.0.

Da coordenação de pesquisa entre equipes técnicas ao compartilhamento de detalhes para toda a comunidade, à concessão de inúmeras entrevistas e, por fim, ao envio da Proposta de Melhoria da Ethereum (EIP) oficial da atualização de rede ETH 2.0, Ryan esteve no centro da atualização de rede mais complexa e essencial da história da indústria cripto.

Não há mais o que dizer além disso, mas é importante prestar atenção no que ele disser sobre o progresso da ETH 2.0 em 2021.

Menções honrosas

Anthony Pompliano (ou “Pomp”) teve um grande ano devido ao enorme crescimento da audiência em seu podcast, canal do YouTube, newsletter e, é claro, no Twitter. Recomenda-se as edições do podcast com os convidados Chamath Palihapitiya, Mark Cuban e Raoul Paul.

Todos recrutam “talentos de nível internacional” a suas equipes, mas a equipe da Paradigm é bem completa. Além de “samczsun”, a Forbes publicou um ótimo artigo sobre toda a empresa.

Os fundos CMS Holdings e Three Arrows Capital preferem ganhar dinheiro do que estarem certos e aproveitaram a febre DeFi mais do que todos no Twitter.

Jesse Powell, da Kraken, lançou um banco — o que é muito interessante — e Jerome Powell salvou a economia e deu início à meganarrativa macro e positiva para o bitcoin melhor do ninguém. Será que a máquina vai pifar?

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