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Empréstimos, DeFi e Web 3.0: confira tendências do mercado cripto para 2021

28 dez 2020, 11:02 - atualizado em 29 mar 2021, 14:10
Confira, em excerto das “Criptoteses para 2021” da Messari, por Ryan Selkis, a segunda parte das dez principais tendências para 2021 (Imagem: Crypto Times)

Parte 1

6) Crédito cripto: bloqueando valor

A maior bênção para cripto em 2020 foi a explosão dos mercados de crédito cripto.

Serviços centralizados e destinados ao varejo (BlockFi), credoras institucionais (Genesis, BitGo e Galaxy) e protocolos de empréstimo DeFi (Compound, Aave e Maker) tiveram um ano excepcional e ajudaram a integrar mais liquidez e estabilidade (a longo prazo) aos hipervoláteis mercados cripto.

Ao mesmo tempo, ajudaram a direcionar a utilização de novas aplicações que exigem moedas estáveis como base, menores diferenças de preço (“spreads”) e poucos deslocamentos de preço entre plataformas.

O mais importante é que o crédito manteve ativos bloqueados na economia cripto, longe dos cobradores de impostos.

Como funcionam os empréstimos com cripto
no setor de finanças descentralizadas (DeFi)?

No passado, se você tivesse uma grande despesa, como uma entrada para uma nova casa ou um pagamento de empréstimo estudantil, e quisesse financiar esse pagamento com rendimentos de cripto, você teria um grande imposto sobre ganhos de capital e perder as vantagens do portfólio.

Hoje, as coisas estão diferentes. É razoável (senão inteligente) obter empréstimos sobregarantidos, com margens saudáveis de segurança, para pagar por despesas únicas, como as de uma nova casa.

A disponibilidade de crédito garantido no blockchain, tanto em DeFi como em serviços centralizados, poderia reduzir drasticamente a pressão de venda no próximo mercado de alta. Isso vale tanto para investidores de varejo como os institucionais.

Um choque que resulta em liquidações em cascata é sempre um contexto apocalíptico, mas parece um risco que acontecerá daqui a muito tempo, e não agora. É mais provável que o amadurecimento do mercado de crédito cripto torne este mercado de alta no mais líquido até hoje.

7) Sintéticos: tudo sobre acessibilidade

A Tendência Grayscale. O ETF de Bitcoin. Um “Wealthfront” para DeFi. Ativos do Tipo “Wrapped”. Mercados de Previsão. Ações digitais. “Valores Mobiliários” de Corretoras Cripto. Fundos de Índice no Blockchain. Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs). Ativos Financeiros Programáveis.

Cada um dos ativos financeiros em que você pensar, um dia, serão ligados a cripto, e ativos sintéticos mostram como essa transição irá acontecer bem antes do que desejamos.

8) Infraestrutura: desfragmentação de corretoras cripto

Corretoras são as maiorais da indústria cripto. Ganham muito dinheiro, têm contato com todos os usuários e sempre estão envolvidas em tudo. Negociação (dã), custódia, empréstimo, staking, pesquisa e dados, governança, capital de risco.

Até nos fazem questionar sobre quão “descentralizada” a criptoeconomia realmente é.

Porém, usuários têm mais poder do que se pensa. Pode haver grandes custos para transferir fundos das grandes corretoras, mas ainda é algo comum. É bem mais fácil do que mudar de banco!

Bitcoin: todas as reservas de corretoras – a quantia de BTC existente em todas as carteiras de corretoras (Imagem: CryptoQuant)

O grande volume de capital retirado de grandes corretoras — como BitMEX, OKEx e Binance — nos últimos meses aconteceu devido aos receios regulatórios.

Em 2020, o dinheiro saiu dos cofres de corretoras e foi para custodiantes qualificados, gestoras de fundos e carteiras móveis enquanto volumes de negociação migraram (modestamente) de corretoras centralizadas a prime brokers e mercados DeFi.

Destaca como o verdadeiro valor a longo prazo na “corretora” cripto pode estar nos dados, na custódia e nas prime brokers.

Cripto começou a desfragmentar, lentamente, as gigantes das negociações conforme seus “spreads” diminuem. Interfaces confiáveis da ampla criptoeconomia vão continuar importando mesmo com grandes livros de oferta e cassinos com alavancagem de até cem vezes.

É só perguntar à Poloniex e à Bittrex.

Ah, e se a Contraparte Central (CCP) pode exigir que a OKEx interrompa saques, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) pode fazer com que depósitos de clientes caiam 50% na BitMEX e um artigo da Forbes pode assustar a Binance para que esta envie um processo judicial de difamação, seria tão difícil duvidar da inevitabilidade de megacorretoras como os fragmentos interligados de cripto?

Observaremos depósitos de corretora como uma porcentagem da capitalização geral do mercado cripto, um sinal de sua crescente ou decrescente dominância.

Não é torcer para dar errado, e sim esperar que essas corretoras fiquem ainda mais agressivas com expansões inorgânicas conforme sua receita vai além das taxas de negociação.

9) Web 3.0 e NFTs: a economia dos recursos digitais

Em outubro, a tão aguardada rede descentralizada de armazenamento Filecoin foi lançada, apesar de problemas de última hora e algumas questões de economia de tokens.

Outras soluções de armazenamento (Sia, Storj, Arweave) também foram lançadas, assim como ferramentas descentralizadas de networking, como Orchid (VPNs), Livepeer (transcodificação de vídeos) e Helium (redes de dispositivos de Internet das Coisas).

Esses mercados descentralizados de hardware são as redes de infraestrutura mais importantes que precisamos para garantir que a internet continue aberta nos próximos anos.

É mais do que apenas dinheiro e DeFi.

Plataformas Web3 abrem as portas para um universo de ativos nativamente digitais, como itens de jogos e arte digital no metaverso de realidade virtual; novos conteúdos e licenças de dados e DNS sem censura; e, até mesmo, pontes sem censura a mercados tradicionais de ativos, como seguros e títulos de imóveis.

Compramos a tese de que “quase todo tipo de NFT criado até hoje provavelmente irá ganhar força” e plataformas Web3 abrem as portas para um futuro nativamente digital.

O bitcoin e as plataformas de contratos autônomos são vias de acesso para um sistema financeiro descentralizado, mas redes Web3 e NFTs são os verdadeiros alicerces de uma internet mais aberta.

10) O “chefão”: a saída para o Estado-rede

As autoridades ignoraram o bitcoin graças à sua volatilidade.

Cada ciclo de auge e queda do mercado foi uma simulação: o bitcoin cai para acalmar os reguladores com uma falsa sensação de segurança — uma sensação de que essa “modinha” finalmente morreu e não vale o esforço de ser regulamentada. Não é algo que possa ameaçar seus monopólios monetários!

Cripto, com US$ 500 bilhões de capitalização de mercado e trilhões de dólares de transações anuais, é difícil de ignorar. Felizmente, grandes investidores, entidades lobistas e até mesmo reguladores (e, agora, senadores!) começaram a manobrar o sistema de dentro dos EUA.

Podemos chamá-los de “A Insurgência do Bitcoin”. Embora façam sua mágica em Washington (Bruxelas, Tóquio e outros centros poderosos em todo o mundo), alguns de nós precisam começar a pensar sobre a saída derradeira: como recriar um estado-Nação inspirado em cripto.

Você acha isso louco?

Mais louco do que uma economia emergente de US$ 500 bilhões lançada por um fundador pseudônimo no Dia das Bruxas, há 12 anos?

Buuu! 👻

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